Mas de 100 mil pessoas já abandonaram Kivu Norte, no Congo – um dos países envolvidos nos conflitos que mataram milhões, nos anos 1990
Por Daniela Frabasile
Marcada nos anos 1990 por guerras que provocaram centenas de milhares de mortes, a região central da África pode estar à beira de um novo conflito. Na República Democrática do Congo, mais de 100 mil pessoas abandonaram a região de Kivu Norte, nos últimos dois meses. A população está sendo expulsa por grupos armados, dispostos a controlar parte do território como parte da disputa de poder contra o governo do presidente Joseph Kabila. A ação é liderada por Bosco Ntaganda, procurado pela Corte Penal da ONU por crimes de guerra, inclusive recrutamento forçado de soldados adultos e crianças.
Segundo a agência de refugiados da ONU, a violência fez dezenas de milhares de pessoas atravessarem a fronteira do Congo em direção a Ruanda e a Uganda. Além disso, estima-se que mais de 2 milhões de pessoas estejam deslocadas dentro do país. Segundo a agência Human Rights Watch, o exército de Ruanda está enviando armas e soldados em apoio à revolta, e existem suspeitas de que o país abriga Ntaganda.
O governo ruandês nega, mas a Human Rights Watch afirma que pelo menos 300 soldados foram recrutados em Ruanda e enviados ao Congo para lutar ao lado de Ntaganda nas últimas semanas, entre eles, menores de 18 anos.
Além disso, o Congo está sob um embargo sobre armas, imposto pelo Conselho de Segurança da ONU, que estipula que nenhum estado deve fornecer armas ou munição ou assistência a atividades militares a qualquer entidade não governamental operando no país.
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