quinta-feira, 4 de julho de 2013

Pesquisa enfoca dinâmica geográfica no trabalho no século XXI


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Questão central é quem é o sujeito coletivo que faz parte da chamada classe trabalhadora

Assessoria De Comunicação E Imprensa
Na pesquisa ‘Territórios em Disputa e a Dinâmica Geográfica do Trabalhono Século XXI’, Antonio Thomaz Junior, professor da Unesp de Presidente Prudente, afirma que apreender os territórios em disputa como parte do processo de (des)realização do trabalho requer que eles sejam situados no âmbito da luta de classes. A dinâmica territorial do trabalho ou suas diferentes formas de expressão, com as quais nos ocupamos e as redefinições na composição da classe trabalhadora é o que nos tem possibilitado avançar teórico-metodologicamente para detalhar o conceito de plasticidade, com as atenções para a unidade teórica e analítica que coloque em evidência a atualidade da fragmentação do trabalho.
É no interior do ambiente das mudanças nas formas de organização da produção e seus impactos no trabalho, na saúde do trabalhador, e nas respectivas correspondências espaciais que estamos apreendendo as novas formas de controle do trabalho e, consequentemente, novos significados e sentidos para a dimensão material/subjetiva e a centralidade do trabalho. As relações sociais de trabalho que dão sustentação às diferentes situações e formas de (des)realização do trabalho e os conflitos a elas vinculados estão nos permitindo situar a etapa atual do processo sociometabólico do capital que impacta diretamente a classe trabalhadora, sobre a marca destrutiva que redefine e potencia os novos papéis sociais do trabalho. Compreender os desafios postos, requer que decifremos as contradições, os conteúdos e os significados territoriais das diferentes expressões do trabalho, mediatizadas, pois, pela seguinte indagação central: quem é o sujeito coletivo do século XXI, capaz de amalgamar e potenciar a luta emancipatória e de resistência, e que faz parte da classe trabalhadora?
Isso requer coragem para darmos continuidade aos nossos questionamentos, às hipóteses que nos expõem às contradições contemporâneas da sociedade do capital, às disjunções existentes nos enfoques e abordagens sobre o trabalho, a classe trabalhadora ou, mais diretamente, acerca de quem a compõe e que, por conseguinte, tem potência para transformar o mundo atual.
“As entrevistas semiestruturadas têm possibilitado apreender os assuntos das nossas preocupações e nos têm colocado à frente de diversos exercícios, contínuos, sob o desafio e esforço teóricos de interação metodológica, com vistas a sintonizá-los à totalidade viva do trabalho, enquanto expressão da práxis dos territórios em disputa e da dinâmica da luta de classes”, afirma o pesquisador.
A reestruturação produtiva do capital produz novas fragmentações no interior da classe e, consequentemente, novas identidades do trabalho estranhado, bem como atinge expressivos segmentos de trabalhadores vinculados às relações de produção não essencialmente capitalistas. O redimensionamento das configurações sociais que dão sustentação a diferentes expressões e significados do trabalho, seja nos campos, seja nas cidades, e acrescenta novos valores e sentidos para os sindicatos, para as centrais sindicais, para os partidos políticos e para os trabalhadores em particular.
“O movimento territorial de classe da classe trabalhadora é, pois, a expressão geográfica da plasticidade do trabalho, conceito, aliás, que nos têm permitido entender as (re)existências e (des)realizações das diferentes formas e manifestações do homens e mulheres que trabalham”, conclui Thomaz Jr.

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