Dezenas de pessoas firmam Carta Aberta e articulam-se internacionalmente na resistência às novas ações racistas do governo israelense
Por Sérgio Storch
Uma onda dissidente na comunidade judaica brasileira vem acumulando forças e se articulando com setores importantes no movimento dentro de Israel pelo fim da ocupação. Às vésperas do Dia Mundial de Solidariedade ao Povo Palestino (29/11), judeus brasileiros que incluem lideranças de vários grupos juvenis e dezenas de intelectuais, artistas e profissionais liberais de 7 das maiores cidades brasileiras, e também pessoas residentes na Austrália, Israel e Turquia, divulgaram uma carta de apoio a iniciativa de 660 israelenses, que pedem a parlamentares da União Europeia para atuarem para que seus países reconheçam o Estado Palestino
O movimento responde também à tensão derivada de ações do governo israelense, comandado pelo primeiro-ministro Banyamin Netanyahu com provocações aos palestinos na questão de acesso a seus lugares sagrados, e com um projeto de lei submetido ao Knesset (Parlamento), que pretende instituir oficialmente a discriminação a não-judeus.
Diferente de iniciativas pontuais anteriores, desta vez a campanha prosseguirá acumulando força para catalisar outras iniciativas na Diáspora judaica que fortaleçam os setores em Israel que resistem à direitização e ao racismo crescentes na sociedade israelense. A expectativa dos organizadores (rede JUPROG – Judeus Progressistas) é alcançar 1000 assinaturas qualificadas em 60 dias (120 foram obtidas em 10 dias, e agora se inicia um processo multiplicativo pelas redes sociais.
Esse movimento ocorre num contexto em que até nos Estados Unidos, que têm a maior comunidade judaica fora de Israel, com população quase equivalente, já se produziram rupturas no coração do establishment judaico. Vale ouvir, por exemplo, aentrevista ao Democracy Now do veterano Henry Sigman, líder do Congresso Judeu Americano [American Jewish Congress]
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