sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Povos indígenas: aqueles que devem viver. Manifesto de denúncia contra os decretos de extermínio



 
CIMI
Conselho Indigenista Missionário
Adital

Há 500 anos que "o índio é aquele que deve morrer”. 500 anos proibidos para esses povos classificados com um genérico apelido, negadas as identidades, criminalizada a vida diferente e alternativa. 500 anos de sucessivos impérios invasores e de sucessivas oligarquias "herdeiras da secular dominação”. 500 anos sob a prepotência de uma civilização hegemônica, que vem massacrando os corpos com as armas e o trabalho escravo e as almas com um deus em exclusiva.
Por economia de mercado, por política imperial, por religião imposta, por bulas e decretos e portarias pseudocivilizados e pseudocrístãos. Já se passaram, então, 500 anos para aquele povo de povos que tinha que morrer e finalmente, mesmo continuando as várias formas de extermínio, "os Povos Indígenas são aqueles que devem Viver”.
"Não há vontade política” se diz. Pior ainda: há positiva vontade política contra a causa indígena. Os povos indígenas teriam o pleno direito a exigir vontade e ação políticas oficiais para sua sobrevivência e realização, mas não esperam, não vamos esperar, que as autoridades responsáveis se responsabilizem mesmo. Os povos indígenas, através de várias organizações e com gestos emblemáticos ou heroicos rasgam as portarias, recuperam suas terras, arriscam a própria vida.
Felizmente há muitos setores da Sociedade e da Igreja, na Ameríndia e no Mundo, que somam a sua solidariedade à luta indígena. E aí entrou, faz agora 40 anos, nosso CIMI, pequeno, mas teimosamente fiel. Podemos celebrar a data com ares de jubileu. Pela cotidiana fidelidade de tantos irmãos e irmãs, pela acolhida que os povos indígenas têm dado ao Cimi, pelo testemunho maior de nossos mártires.
E queremos celebrar o jubileu reassumindo o compromisso de por vida com a Causa Indígena, "derrotada e invencível” como causa evangélica que é. Apesar de tanta cobiça e idolatria sobre as terras indígenas, contra suas culturas alternativas, contra o sonho divino da Terra Sem Males.
Para isso queremos rebatizar em conversão diária nossa espiritualidade e nossa pastoral. Com indignação profética, com solidariedade militante, com esperança pascal. Na caminhada fraterna e sororal com todos os movimentos de libertação, seguindo Aquele que é o Caminho verdadeiramente alternativo, a Verdade de Deus feito humana história e a Vida plena contra todo sistema de morte.
Nessa caminhada são particularmente "os Povos Indígenas aqueles que devem Viver”.
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Sumário do Livro:
Apresentação – O sonho da Terra Sem Males ..........................................................................9
Por Dom Pedro Casaldáliga
Prefácio – O índio: aquele que deve viver ..............................................................................11
Por Dom Erwin Kräutler
Capítulo I Povos indígenas: aqueles que devem viver ..............................................................13
Manifesto contra os decretos de extermínio
Capítulo II Os projetos de vida dos povos da Abya Ayala...........................................................71
Capítulo III O Movimento Indígena por ele mesmo...................................................................91
Manifestos e documentos
Capítulo IV Y Juca Pirama – O índio: aquele que deve morrer...................................................151
Documento de Urgência de Bispos e Missionários –1974
ANEXOS ...........................................................................................................................181
Cartazes de campanhas realizadas pelas organizações indígenas com o apoio do Cimi
Povos e terras indígenas impactadas pelos grandes empreendimentos na última década.
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Leia do documento completo, em PDF.

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