Foto: Naharnet
Após a promessa do Conselho de Cooperação do Golfo, no último dia 10, de agir contra membros do Hezbollah, um grupo de libaneses (entre 18 a 25 – há controvérsias em outros jornais), aleatoriamente foram deportados do Qatar.
O CGC decidiu implantar medidas contra autorizações, residência e transações financeiras e comerciais do Hezbollah, nos países, do Golfo, dentre eles, o Qatar, em virtude do envolvimento do grupo no conflito sírio; além de solicitar ao governo libanês que assuma as responsabilidades em relação ao comportamento do Hezbollah e de suas práticas ilegais e desumanas na síria e região.
O CGC, formado por Bahrain, Kuwait, Omã, Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos, posiciona-se contra o regime de Bashar e apoia os opositores, e tem causado uma celeuma entre os xiitas libaneses que trabalham nos referidos países, pelo receio de sofrerem retaliações ou perseguições, bem como de serem associados ao Hezbollah, unicamente por também serem libaneses. De acordo com Embaixador da Arábia Saudita no Líbano, Ali Awwad Assiri, o Hezbollah vem agindo erroneamente contra o islamismo, contra o Líbano e contra si mesmo, e a determinação do CGC irá afetar apenas os que o apoiam o grupo e não todos os xiitas indistintamente.
Entretanto, Adnan Mansour, Ministro das Relações Exteriores, negou a informação, de que um grupo de libaneses (com 18 ou 25), tenha sido expulso do Qatar, conforme diversas mídias estão noticiando; e que os libaneses estavam retornando do Qatar, porque o governo não renovou suas autorizações de residência no país. Durante uma conversa com o Embaixador do Líbano no Qatar, o Embaixador lhe disse que tais afirmações eram infundadas, e que não houve nenhum cidadão libanês na embaixada, alegando ter sido expulso do Qatar, e que não existe também, nenhuma lista com nomes de cidadãos libaneses. Segundo Mansour, as relações fraternais entre os dois países, não permitiria que tais medidas fossem tomadas pelo governo do Qatar, contra cidadãos libaneses.
No entanto, a Rádio Voz do Líbano informou na noite da última quarta-feira (19), Ayyoub Ahmed, um jovem libanês, chegou ao aeroporto de Beirute, em um voo da MEA, depois de ter sido expulso do Qatar, por razões desconhecidas, e que o rapaz deixou o aeroporto sem dar qualquer declaração, sobre sua expulsão, justificando que estava num estado emocional delicado. De acordo com a emissora LBCI, o Ministério das Relações Exteriores teria recebido uma lista contendo os nomes de 9 libaneses que trabalham em países do Golfo, e que não tiveram suas autorizações de residência renovadas, em virtude de suas filiações políticas.
Mas a referida lista não contêm apenas nomes de libaneses xiitas, mas também, os nomes de 2 sunitas e 3 cristãos. Mansour disse à emissora, que os laços entre os membros do CGC com o Líbano, eram excelentes, e que a decisão tomada pelo Conselho, contra membros do Hezbollah, era de cunho político, mas não afetará as relações fraternas que existem entre os dois países.
Em 2006, durante a guerra contra Israel, o Hezbollah recebeu apoio e obteve popularidade entre os sunitas do mundo árabe, inclusive do Golfo; mas o grupo xiita perdeu o prestígio e caiu no conceito dos demais países árabes, após seu posicionamento e apoio ao regime de Bashar; que é alawita, uma ramificação do islamismo xiita, enquanto a maioria dos muçulmanos dos países árabes é sunita, e contra o regime sírio, e também agora, contra o posicionamento do Hezbollah no conflito sírio.
Claudinha Rahme
Gazeta de Beirute
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