Existem alimentos para suprir quase o dobro da população mundial com as calorias diárias necessárias, mas o controle de multinacionais e a especulação financeira dificultam o acesso
Aray Nabuco, Frédi Vasconcelos E Lilian Primi
Aray Nabuco, Frédi Vasconcelos E Lilian Primi
O sociólogo suíço Jean Ziegler veio ao Brasil para o lançamento da edição de seu livro Destruição em Massa Geopolítica da Fome, da Cortez Editora. Ele, que foi relator especial da ONU sobre direito à alimentação, mostra na obra o absurdo de um mundo que produz alimentos suficientes para alimentar o dobro da população mundial com as calorias diárias necessárias e tem quase 1 bilhão de pessoas passando fome por conta da falta de acesso, da especulação financeira com alimentos e do controle da produção mundial de alimentos de base e sementes por seis multinacionais, entre outros motivos.
Nesta entrevista exclusiva a Caros Amigos, Ziegler também falou que a fome vem aumentando na maioria dos países, com exceção de Brasil e China, que contam com programas como a reforma agrária promovida no país asiático, mas que é necessário fazer muito mais para evitar a destruição em massa de pessoas que descreve no livro. Veja abaixo os principais trechos.
Caros Amigos- Há dois grandes movimentos em curso na área de produção de alimentos - a transferência de tecnologia da Embrapa de produção no cerrado para a África e a tentativa de diversificar a fonte de fosfato para a fabricação de adubos. Esses movimentos ajudam a acabar com o quadro da fome no mundo?
Jean Ziegler - Ajudam, ajudam. Mas temos o último relatório anual da FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura) sobre a situação da fome no mundo. As cifras gerais são terríveis. A fome aumenta mundialmente, com exceção do Brasil e da China. A cada cinco segundos, uma criança com menos de 10 anos morre de fome, segundo dados do ano passado, 57 mil pessoas morrem ao dia. E 1 bilhão de pessoas, dos 7 bilhões que somos, está sofrendo de subnutrição grave permanentemente, com mutilações.
Não têm vida de família nem de trabalho, são destruídas pela subalimentação permanente. 0 mesmo relatório da FAO, que tem muitos detalhes de cada país, diz que a agricultura mundial, no atual estágio de desenvolvimento, poderia alimentar normalmente 12 bilhões de pessoas com 2,2 mil calorias por adulto, em média.
Isso significa que hoje, pela primeira vez desde o início do milênio, não há mais falta objetiva de alimentos. Uma criança que morre de fome neste instante em que falamos está sendo assassinada. 0 mundo viveu revoluções formidáveis, eletrônica, industrial e tecnológica, de aumento das forças produtivas da humanidade. Pela primeira vez na história, a fome não é mais problema de produção, porque o mundo tem estoque, mas de falta de acesso.
Há pelo menos vinte anos se fala muito também sobre desperdício.
E continua. Cerca de 25% da produção mundial (de alimentos) se perdem no Hemisfério Sul porque não há silos. Há dois problemas diferentes. Nos países industrializados, existe muito desperdício doméstico. Nos supermercados da França as pessoas compram montanhas de alimentos a cada sábado e depois jogam metade fora porque perdem a validade. Outro problema é de estocagem. Na Nigéria, no Mali, os depósitos de alimentos têm infiltrações de água, há ratos e pragas. Nos países de Terceiro Mundo, 25°/o dos estoques são destruídos dentro dos silos. É muito importante saber que vivemos uma situação crucial totalmente nova em que há alimento demais no mundo, mas a pirâmide das vitimas cresce. E a ordem social e a ordem econômica canibal a causa da fome. Há um massacre. Não é um problema de produção, como foi no tempo de Josué de Castro (médico brasileiro que, em 1946, lançou o livro Geografia da Fome, no qual mostrava que a fome não era um problema natural, mas sim das ações dos homens, de suas opções, da condução econômica que davam a seus países. NR)
0 senhor fala em destruição em massa no seu livro, o que explica esse massacre?
São 13 milhões de brasileiros que passam fome hoje, metade do que era há vinte anos. E nesses 13 milhões há caboclos, africanos, descendentes de portugueses... Não é um grupo específico, mas todos. Por isso é massacre. Outro número: a humanidade perde 1% da sua população a cada ano. Isso significa que no ano passado mais ou menos 70 milhões de pessoas partiram deste mundo pelas mais variadas causas, sendo que, dessas, 18,2 milhões morreram por causa da fome ou de suas consequências mais diretas, como as horríveis enfermidades vindas da subalimentação, a kwashiorkor, a noma. A noma é terrível. Corrói a face do doente. Essas doenças e a fome matam 18,2 milhões de pessoas por ano.
Inclusive a fome faz as pessoas morrerem também de AIDS, não é?
Sim, porque a imunidade fica muito baixa. Esses são números oficiais da FAO, da ONU, da Unicef e que ninguém contesta. Nem os neo- liberais nem os marxistas, são totalmente factuais. Então a fome no mundo hoje, quando o planeta transborda de alimentos, é de longe a causa de mortalidade mais importante. E o escândalo de nosso tempo. Há uma diferença de interpretação. Os neoliberais - Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio (OMC), Fundo Monetário (FMI), governo dos Estados Unidos - dizem “é terrível essa situação” - e não é um argumento cínico - “mas a causa real é que o mercado mundial não é livre o suficiente”. “Se houvesse a liberalização dos movimentos de capitais, mercadorias, serviços, patentes, se houvesse maior avanço nas privatizações, a fome diminuiria”. E é totalmente o contrário. A União Soviética implodiu em 1991 - há 20 anos - e naquele momento uma pessoa em três no planeta vivia sob o regime comunista. A bipolarida- de da sociedade internacional era um fato. E o modo de produção capitalista era regionalmente isolado. Quando cai a União Soviética, esse modo de produção capitalista conquista o mundo rapidamente. Com instância reguladora central, que se concretiza nas bolsas de valores. E em que o capital financeiro se constitui em um incrível poder novo. É a ditadura mundial das oligarquias do capital financeiro globalizado. Concretamente são as sociedades transcontinentais privadas.
No ano passado, as 500 maiores sociedades transcontinentais detinham 52,8% do PIB mundial, segundo o anuário do Banco Mundial. Eles escapam de todo controle social ou de governos, funcionam segundo um único princípio de organização, que é a maximização do lucro no menor tempo possível. Essas multinacionais têm um poder no planeta que nenhum papa, imperador ou rei teve antes.
Esse grupo certamente inclui empresas da área de alimentos, como a Monsanto?
Sim, dez grupos controlavam, no ano passado, 85% de todos os alimentos negociados no mercado mundial. Entre eles a Cargill, Bunge, Nestlé, Dreyfus Brothers, Archer (Daniels) Midland. A Cargill, que tem sede em Minnesota, detém 31,2% de todo o trigo comercializado no mundo. Controlar significa ter os meios de transporte, os silos para armazenar etc. Eles dominam a formação de preço, naturalmente, e decidem concretamente, a cada dia, quem vai comer e viver neste planeta e quem vai passar fome. 0 problema é de acesso.
Esses alimentos “comercializados” são aqueles que se tornaram commodities?
Sim. O núcleo são os que chamamos alimentos de base: milho, arroz e trigo, que cobrem 65°/o do consumo mundial. A soja também, mas os mais importantes são esses três, que vão diretamente para o consumo humano. A soja vira ração. Também a Cargill tem posição dominante na produção mundial de carne. Há centenas de abatedouros no mundo, ela tem toda a cadeia. Sempre verticalmente organizada. Essas multinacionais têm uma organização vertical, da plantação de trigo até o consumidor final e controlam tudo.
São essas mesmas empresas que agora estão desenvolvendo os transgênicos...
Naturalmente. 0 relatório do Banco Mundial mostra a ditadura das 500 multinacionais que controlam tudo, as 500 mais importantes nas áreas de química, alimentos e bancos. Depois, setorial- mente, há umamonopolização extraordinária na produção de alimentos de base e na produção de sementes e adubos, como a Monsanto. São seis empresas que dominam praticamente 90% do setor.
0 senhor fala dessas empresas, que formam uma cadeia. Como a gente foge disso? Porque hoje, o que os liberais diriam, é que sem essas empresas não seria possível produzir alimentos para todos.
Isso é a guerra ideológica. Naturalmente é totalmente falso. Vamos discutir mais amplamente. Essas sociedades são muito eficientes. Elas dominam a formação dos preços no mercado mundial. Existe hoje 1,2 bilhão de pessoas no mundo, um sétimo da população mundial, que é extremamente pobre, que vive com 1,25 dólar por dia. Que vive nas favelas, não produz e precisa comprar sua alimentação diária. Quando, por causa da especulação nas bolsas,
0 milho sobe, - e nos últimos dois anos ele subiu 63°/o, a tonelada de trigo dobrou e o preço da tonelada de arroz das Filipinas subiu de 100 dólares para 1,2 mil nas favelas do mundo os preços explodem; nas favelas do mundo as mães não podem comprar.
Há alimento, mas as pessoas não têm renda para comprá-lo, é isso?
Não têm renda! E esse número de mais de 1 bilhão de pessoas é estável, não muda. Nos últimos anos, apenas Brasil e a China tiveram um formidável progresso. A fome é calculada de duas maneiras. Em número absoluto de vítimas e pela porcentagem da população. No Brasil, em 20 anos (de 1990/91 a 2010/2012), as vítimas de fome baixaram de 23 milhões para 13 milhões. Em números absolutos, caíram 40,4%, o que é extraordinário e só comparável com a China, onde os famintos diminuíram de 254 milhões para 158 milhões. Uma baixa de 37,6%. Em 1991, no Brasil, ao menos 15% da pode 4b,Ju/o. tm toüos os demais países a fome aumentou. No mundo, em 1992, 1 bilhão de pessoas morreu por fome. Hoje, são 867 milhões.
Essa queda ocorre por causa do Brasil e da China?
Sim, mas aumenta novamente, por causa da especulação. Nesses vinte anos houve esse momento novo da especulação, quando países entram em crise. Em 2008/2009, houve o que se chama de crise financeira, o banditismo bancário internacional dominou as bolsas de valores. E depois em 2010, 2011 e 2012, os mais poderosos migram dos mercados financeiros dominados para os mercados de matérias primas. De mercadorias, energia e, especialmente, alimentos.
Devo dizer claramente que o que eles fazem é totalmente legal. São assassinos, porém agem dentro da lei. Porque utilizam todos os instrumentos do mercado para realizar lucros incríveis. 0 Goldman Sachs oferece derivativos de açúcar, arroz, verduras. Há um relatório da Unctad (agência da ONU para o comércio e o desenvolvimento) que diz que, nos dois últimos anos, o aumento dos preços no mercado mundial dos alimentos de base provocado pela especulação foi de 37%.
0 senhor cita que o grande problema dos contratos de derivativos é que não precisa necessariamente entregar a mercadoria, nem produzi-la.
Sim, basta o papel. Compra um papel. A instituição jurídica é o contrato a termo. Sempre houve isso nas commodities, um elemento especulativo. 0 contrato futuro entre um distribuidor e o produtor é razoável. Se eu sou um produtor de trigo na Argentina e tem o proprietário de uma cadeia imensa de padaria em Nova York precisando comprar, os dois combinam um preço, que só será pago durante a safra. Com isso o produtor garante o valor do seu trigo em níveis razoáveis e o distribuidor fica seguro de que terá a matéria prima para trabalhar. Já o especulador não produz nem vende a mercadoria. Eles fabricam papéis que são vendidos infinitamente. A mesma mercadoria pode ser vendida mais de 40 vezes.
É o especulador quem fica com o lucro?
Naturalmente. E isso poderia ser cortado. 0 Brasil é uma grande democracia. Todos os países mais importantes da Europa e América do Norte são democracias. E numa democracia não há impotência. Todas as bolsas, de Nova York, São Paulo, de Londres funcionam sob uma lei, seguem uma normativa. Uma lei nacional. Se os cidadãos se mobilizam, exigem do Congresso que mude a lei...Basta um único artigo: "fica proibida a especulação com alimentos de base por empresas que não sejam produtores ou consumidores". É plenamente possível.
Só retomando os números, o senhor diz que a fome caiu aqui e na China. No caso do Brasil, a gente pode identificar os programas de transferência de renda como o Bolsa Família ou mesmo o Fome Zero como uma das razões para isso? E na China, qual é a razão?
No Brasil, há duas explicações. A primeira é o crescimento do PIB e, a segunda, o Bolsa Família. Agora esses 13 milhões de seres humanos que vivem na pobreza não vão mudar muito. E difícil porque muitas dessas pessoas não têm sequer documentos e, portanto, não podem nem acessar o Bolsa Família. Para essas pessoas, em um país poderoso como o Brasil, não basta o Bolsa Família. São necessárias reformas estruturais, como a reforma agrária; a promoção da economia de subsistência. Na China o que vem acontecendo é a reforma agrária. Teve uma primeira reforma feita porMao Tsé-Tung, que criou as imensas fazendas coletivas do Estado. A segunda, que combate a fome, é o desmantelamento dessas gigantescas indústrias agrícolas estatais para dar a terra ao produtor. Como faz Cuba agora, que distribuiu 1 milhão de hectares ao produtor. Isso resolve o problema da fome porque quando você é dono de um sítio com a sua família não perde um segundo, investe e trabalha, não vai destruir o solo, mas cuidar dele. 0 pequeno produtor tem uma grande competência e, quando ele é dono da terra, a produção aumenta.
A produtividade da agricultura familiar é muito mais alta. Não falo apenas do ponto de vista econômico, mas social também. A agricultura familiar não produz desemprego, não produz êxodo rural e acumula, a cada geração, competência produtiva. E o investimento pode ser no longo prazo. Há muitos indicadores que provam de forma completa que a agricultura familiar em toda parte do mundo é mais produtiva do que a industrial.
0 senhor cita Josué de Castro e é importante porque esse trabalho mostra principalmente que a fome é resultado de uma política.
Antes foi da natureza. Hoje é uma política. Josué de Castro conta, no final de sua vida, durante o exílio na França, como começou a se interessar pelo problema da fome. Na sua juventude, foi médico psiquiatra em Recife, além de pediatra. Os seus pacientes reclamavam de depressão, todos eles pobres. E Castro descobriu que o problema não era mental, mas era a fome. Eles não comem e por isso são depressivos, são atacados pela loucura, são egoístas, destroem a família. O problema é a fome.
O que mudou desde então?
Antes de Josué de Castro até a segunda guerra mundial o que era dominante era a teoria de (Thomas) Malthus - a fome é uma espécie de seleção natural, necessária para diminuir a população mundial e que a pobreza é resultado da grande fertilidade das mulheres pobres. Essa ideiafoi muito útil às classes dominantes, naturalmente. Eles vêm a miséria que criam, mas dizem que essa miséria obedece a uma lei natural blá-blá-blá. Essa esquizofrenia foi justificada por Malthus.
Mas Hitler acaba se tornando um aliado de Josué de Castro quando utiliza, na Europa, a fome para destruir os eslavos. Há documentos em que Hitler e seus seguidores se reúnem e decidem reduzir em 80 milhões as populações eslavas na Europa do Leste para abrir espaço para os colonizadores germânicos.
E, para isso, passaram a distribuir alimentos suficientes para uma dieta de apenas 800 calorias nos países ocupados, muito abaixo das 2,2 mil calorias necessárias. E uma política de genocídio.
Nos campos de prisioneiros, os mortos pela fome organizada foram muito mais numerosos do que pelo gás. Os europeus subitamente veem que a fome, que era um fenômeno da África, chega a eles e era organizada pela mão do homem, não pela natureza. Nesse momento aparece o livro de Castro, A Geopolítica da Fome, que explica que a fome não é um fenômeno natural, mas produzida politicamente pelos homens. Uma coincidência extraordinária, porque mesmo o livro sendo brilhante, se a consciência coletiva não recebe a mensagem, nada muda.
Então os governos vitoriosos reagem a essa evidência e se tornam aliados de Josué de Castro (Roosevelt, Churchil, etc.) pelos governos a dizer o que se devia fazer. A sua resposta, junto com outra, que foi convidado pelos governos a dizer o que se devia fazer. A sua resposta, junto com outras pessoas, deu apoio à criação não somente da ONU, mas de uma organização paralela, a FAO, fundada seis meses depois, para promover a produção alimentar, ajuda internacional ao pequeno agricultor e humanitária urgente. Josué de Castro foi o primeiro presidente da FAO. A primeira campanha internacional contra a fome, em 1946, foi iniciativa direta de Castro. Devia ter um monumento a ele em cada cidade do Brasil.
Como o senhor vê a FAO hoje, que está recomendando que os pobres se alimentem com insetos?
É o século 21. 0 planeta transbordando de alimentos! E terrível. E uma confissão de impotência diante das multinacionais.
Mas há esperança em mudar a atual situação? Qual é o caminho dessa esperança?
O caminho é constatar que nós, povos democráticos, temos todas as armas para democraticamente, pacificamente, quebrar essa ordem canibal do mundo. Proibir radicalmente a especulação mortífera nas bolsas dascommodities agrícolas, exigir do FMI que perdoe as dívidas externas dos 50 países mais pobres, que os impede de investir em sua agricultura de subsistência. Só 3,8% dos campos africanos são irrigados, não há sementes selecionadas, não há adubos, os animais de tração são poucos, não há crédito agrícola, nada. E verdade que a produtividade em Níger e Mali é muito baixa. Em tempos normais - muito raro - a produtividade de trigo é de 600 a 700 kg/hectare. Na França é 10 mil quilos/hectare. Então o Banco Mundial vê e diz que é muito mais razoável dar essas terras às sociedades multinacionais.
Isso é roubo de terra puramente, um movimento muito forte financiado pelo Banco Mundial com essa argumentação. Que é verdade em parte. A produtividade é baixa mesmo, mas a conclusão é falsa. Porque o necessário é acabar com a dívida dos países pobres para que possam investir em agricultura de subsistência. Eles têm grande competência, construída em gerações e gerações, e podem fazer.
Falta dizer algo a respeito do caminho da esperança?
Sim. Os ministros de economia não caíram do céu. Podem ser trocados. Podemos forçar a Assembleia Geral do Fundo Monetário a votar ao menos uma vez não em prol dos bancos e financeiras, mas pelas crianças que morrem de fome nesses países. Não somente acabar com a dívida, mas criar mecanismos muito precisos de como fazer isso sem perder os recursos para a corrupção. Acaba a dívida e se convertem esses recursos em moeda interna para projetos de irrigação, escolas agrícolas controlados pela comunidade internacional. E também é preciso acabar com o dumpingagrícola. Em cada mercado africano é possível comprar frangos, frutas, verduras de toda parte da Europa por um terço do preço do produto equivalente local. Novamente, tecnicamente, democraticamente, é muito fácil resolver. A eleição de José Roberto Azevedo na Organização Mundial do Comércio, OMC, abre uma nova esperança, porque o Brasil, desde Fernando Henrique, não apenas no governo petista, alavancou a luta contra os subsídios agrícolas de exportação. Foi uma vitória muito importante porque a vitória do brasileiro é a vitória da proposta de acabar com os subsídios. E isso se deu por conta do prestígio moral do Brasil.
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