Por Altamiro Borges
Em 24 de abril, mais de 30 mil pessoas fizeram uma marcha até a sede da TV Globo na zona sul de São Paulo. O ato foi organizado pela Frente Povo Sem Medo, que reúne diversos movimentos sociais, e Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), explicou as razões do protesto: “Este monopólio midiático comanda o golpe e o retrocesso no Brasil”. Já a Frente Brasil Popular, que congrega mais de 70 entidades, também planeja realizar os seus próximos protestos em frente às sedes da emissora e das suas afiliadas em todo o país.
Já há um consenso entre as forças populares e democráticas que a poderosa Rede Globo é a principal artificie do golpe que pretende derrubar a presidenta Dilma para impor mais arrocho, desemprego e miséria aos trabalhadores. O império da bilionária famiglia Marinho nunca tolerou os tímidos avanços dos governos Lula e Dilma e sempre odiou os movimentos sociais. No passado, ela conspirou contra o trabalhista Getúlio Vargas e o “desenvolvimentista” Juscelino Kubitschek e apoiou o golpe militar contra Jango. Hoje ela aposta no “golpe de toga” do carrasco Sergio Moro.
Este consenso tem reforçado os protestos contra a Rede Globo em todo o país. No gigantesco ato pela democracia em 18 de março, que tomou a Avenida Paulista, duas palavras de ordem foram as mais gritadas: "Não vai ter golpe" e "Fora Rede Globo". Em outras locais, os mesmos bordões foram entoados por milhares de trabalhadores. Em várias capitais, como Brasília, Vitória, Aracaju, Belém e Campo Grande, os manifestantes já protestaram em frente às afiliadas da TV Globo. Evidentemente, estas manifestações de revolta não apareceram na telinha da emissora.
O clima de indignação se estende até para alguns profissionais da própria empresa, que não se acovardaram diante do assédio moral da famiglia Marinho. Artistas vieram a público para criticar a cobertura distorcida e partidarizada da TV Globo. A atriz Monica Iozzi, por exemplo, ironizou "os que se informam apenas pelas manchetes do JN". Jornalistas relatam que as redações do império foram tomadas por partidários do golpe, que não têm qualquer compromisso com a ética e com o verdadeiro jornalismo. O clima é de terror e perseguição na emissora global.
É bom lembrar que em outros momentos dramáticos da história do Brasil, como no golpe de 1964, a Rede Globo já havia adotado a mesma postura irresponsável e criminosa. Nas ruas de várias cidades, pessoas indignadas com suas manipulações queimaram os veículos da empresa. Agora o clima é novamente de revolta contra o golpismo da bilionária famiglia Marinho. Espontaneamente, inclusive, internautas já propõem o boicote aos anunciantes da emissora. A Rede Globo está brincando com fogo e pode se queimar!
* Artigo para jornal "Olho Crítico", publicado pela CTB.
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