quinta-feira, 24 Março, 2016 - 16:45
Com a proximidade da páscoa, a vontade de comer chocolate e a procura pelo produto aumenta. Basta fechar o olho que já é possível imaginar o sabor e cheiro da iguaria, o suficiente para a boca encher d’água. Ao leite ou amargo, é difícil encontrar uma pessoa que não goste de chocolate. E se ele é orgânico e feito com o capricho e o carinho dos agricultores familiares nem se fala. É garantia de produto saudável e de qualidade. Assim é o chocolate Terra a Vista, que leva o nome do assentamento agroecológico que fica no município de Arataca (BA).
São 56 famílias de agricultores familiares que se organizaram na Cooperativa de Produção Agropecuária Construindo o Sul (Cooprasul). Eles produzem o chocolate que tem como destino supermercados de Salvador, São Paulo e Brasília. O produto é oferecido em barras, trufas e, nesta época do ano, também são fabricados ovos de páscoa. Tudo com 56% de cacau. A barrinha de 30 gramas custa R$ 5 e a de 90 gramas sai a R$ 15. Os ovos têm os mais variados preços, o mais barato custa R$ 5.
A família do agricultor Joelson Ferreira de Oliveira, 55 anos, é uma das que tem no chocolate uma fonte de renda. Ele conta que fez essa opção devido ao lucro, já que o produto agrega mais valor. “É muito bom trabalhar com chocolate, pois quem mexe com a venda do cacau fica com 13% de lucro. Agora ficamos com 100%”, comemora ao salientar que eles buscam trabalhar a marca da cooperativa e o compromisso com a agroecologia.
Produção
A produção no assentamento Terra Vista é de pouco mais de 150 quilos de chocolate por mês. Com apenas uma máquina, eles produzem 15 quilos de chocolate a cada 36 horas. Toda a cadeia produtiva do cacau é desenvolvida no assentamento Terra Vista. Tudo começa com o cultivo do cacau orgânico. No processo de fabricação do cacau fino, as sementes da fruta são deixadas em processo de fermentação por 7 a 8 dias e, em seguida, são expostas ao sol, durante aproximadamente 13 dias. Depois, o cacau fino passa pelo processo de industrialização e finalização do chocolate artesanal.
A Cooprasul vende parte do que produz para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e pretende aumentar a produção. “Estamos trabalhando agora para conseguir uma fábrica maior, com o apoio do Incra e do MDA, por meio de linhas de crédito para aumentar a produção”, conta o agricultor familiar Joelson Ferreira que também é um dos coordenadores da cooperativa. Segundo ele, o objetivo é aumentar as vendas para o PAA e fornecer também para o Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (Pnae).
Iniciativa
O assentamento Terra Vista existe desde 1994. A ideia de produzir chocolate partiu dos próprios assentados, que há anos trabalham com a agroecologia. O projeto ganhou força com a implantação do Projeto de Recuperação e de Conservação dos Recursos Naturais do Incra, que promoveu a recuperação de reservas ambientais em Áreas de Preservação Permanentes (APPs) e a inclusão de práticas conservacionistas e de educação ecológica. O apoio do Instituto Cabruca de Ilhéus e da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) também foi decisivo para o avanço do modelo agrícola entre as famílias do Terra Vista.
Atualmente, o assentamento que inclui em sua produção o chocolate artesanal, fruto do trabalho agroecológico, abriga dois centros educacionais que oferecem ensino fundamental, cursos profissionalizantes e de nível superior com enfoque na agroecologia.
Adolfo Brito
Ascom/MDA
Ascom/MDA
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