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Semanas de chuva no começo da colheita no Brasil reduziram o potencial da produção de cafés "gourmets" e reforçaram o interesse recente de algumas indústrias por grãos de menor qualidade.
Preocupações com a qualidade do café na safra brasileira deste ano fizeram o produto subir mais de 3% ontem na Bolsa de Nova York.
O Brasil está no ano de alta do ciclo bianual (grande colheita em um ano seguida de uma menor no seguinte) de produção do arábica.
A produção será recorde, após período de bons preços em que produtores investiram na melhoria dos cafezais. Mas a adversidade climática fará com que o total de grãos de qualidade seja muito inferior ao esperado.
"Os cafés finos e semilavados foram os mais atingidos, mas é difícil de quantificar", disse Lúcio Dias, analista da Cooxupé, cooperativa situada em Minas Gerais.
Entusiasmados pela forte demanda externa, os produtores brasileiros investiram nos últimos anos em equipamentos para produzir cafés com maior valor de mercado.
Já as torrefadoras se voltaram para esse tipo de café do Brasil após colheitas ruins na Colômbia, que mantiveram altos os preços do produto "gourmet" nos últimos dois anos, o que resultou em adaptações de "blends" para incorporar grãos mais baratos.
Em nota, o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) observou que, apesar da expectativa de aumento na produção global e nacional, agentes consultados acreditam em alta dos preços negociados no Brasil, ao menos para os grãos arábica de melhor qualidade.
Folha de São Paulo
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