Uma reavaliação de imagens feitas por satélites dos últimos 18 anos forneceu uma visão nova e mais detalhada das mudanças no nível do mar em todo o mundo.
Jonathan Amos
Jonathan Amos
Um novo estudo, que se vale de informações levantadas a partir de imagens registradas por diferentes sondas espaciais, afirma que os níveis dos mares no planeta estão subindo apenas uma média de 3 milímetros por ano.
Mas essa reavaliação oculta algumas grandes diferenças regionais - tanto para cima quanto para baixo.
O Mar das Filipinas, por exemplo, sofreu um aumento médio que ultrapassa 10 milímetros por ano. Em parte, isso reflete grandes oscilações nos ventos e na temperatura do Oceano Pacífico.
Razões das variações
''O mapa de tendências é uma forma de olhar para as mudanças que ocorreram nos últimos 20 anos. Os lugares em que você observa tendências de alta provavelmente não terão novas tendências de alta nos próximos 20 anos'', afirma Steve Nerem, da Universidade do Colorado, dos Estados Unidos.
''Muitas destas variações por décadas tendem a se tornar mais estáveis se analisadas por períodos mais longos. É por isso que precisamos de mais missões para compreender o porquê de tais variações'', acrescenta.
Paolo Cipolini, do Centro Nacional de Oceanografia da Grã-Bretanha, afirma também que ''muitas das características vistas no mapa de tendências indicam mudanças no armazenamento de calor e correspondem, no longo prazo, às variações nas correntes do oceano".
A pesquisa deverá ajudar cientistas a compreender a escala de diferentes fatores no aumento do nível do mar a longo prazo e as mudanças anuais e interanuais que podem ocorrer.
Atualmente, acredita-se que os principais causadores do aumento do nível dos mares sejam a absorção de mais calor pelos oceanos e as águas geradas pelo derretimento de geleiras e de camadas de gelo.
Medições
A mensuração da superfície oceânica por satélites é algo relativamente novo. As observações de rotina tiveram início com a espaçonave europeia ERS-1, em 1991. A referência no setor atualmente é o Jason/Poseidon, resultado de uma cooperação entre os Estados Unidos e a Europa.
Agora em sua terceira versão, o satélite Jason circula o globo estabelecendo um mapa topográfico de 95% dos oceanos terrestres a cada dez dias.
Mas para que se tenha um retrato mais completo, é preciso relacionar os dados fornecidos pelo Jason com os de satélites que observam partes do mundo que acabam não sendo registradas de outras formas.
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