Os raios ultravioleta A (UVA) podem produzir lesões em moléculas de DNA tanto por ação direta, quanto por intermédio de outras substâncias originadas nas células a partir da exposição a essa radiação. Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP buscou esclarecer os mecanismos pelos quais os raios UVA danificam o material genético das células cutâneas. “A UVA, embora seja a radiação que chega em maior abundância na superfície terrestre, é a menos compreendida e a mais polêmica dentre as UVs”, comenta Teiti Yagura, autor do trabalho, que recebeu a orientação do professor Carlos Frederico Martins Menck.
Bruna Romão
Bruna Romão
Pesquisa buscou esclarecer como os raios UVA danificam o material genético
Por sua vez, as lesões indiretas dependem da produção de espécies reativas de oxigênio, ou radicais livres, que agem sobre o DNA, promovendo a sua degradação. O oxigênio presente na pele, ao entrar em contato com componentes celulares denominados cromóforos, capazes de absorver a energia proveniente dos raios UVA — como a hemoglobina —, suga para si parte dessa energia, transformando-se, assim, nessa molécula altamente reativa e nociva ao material genético, denominada oxigênio singlete.
Auto-oxidação
Os estudos de Yagura apontam, todavia, para outra forma de produção desse tipo danoso de oxigênio, na qual a própria estrutura do DNA ou algo fortemente ligado a ele poderiam estar diretamente envolvidos. “Isso acarreta na possibilidade de que um mecanismo intrínseco à molécula de DNA possa levar à sua auto-oxidação, sem a necessidade de outros cromóforos”, relata.
Os estudos de Yagura apontam, todavia, para outra forma de produção desse tipo danoso de oxigênio, na qual a própria estrutura do DNA ou algo fortemente ligado a ele poderiam estar diretamente envolvidos. “Isso acarreta na possibilidade de que um mecanismo intrínseco à molécula de DNA possa levar à sua auto-oxidação, sem a necessidade de outros cromóforos”, relata.
Para o desenvolvimento da pesquisa, os tipos de danos nas moléculas de DNA foram quantificados com a utilização de enzimas de reparo de DNA, que reconhecem e cortam estruturas que contenham lesões como as CPDs ou material oxidado. Também foram realizados ensaios com anticorpos específicos para cada variação de lesão.
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