domingo, 4 de novembro de 2012

As previsões sobre as carreiras


Não haverá trabalho para todo mundo, mas os agricultores serão mais “cool” do que nunca. Para esse “arquiteto do futuro” do Colorado, o modelo salarial implodirá.

Corine Lesnes
No Oeste, é fácil se projetar no futuro. Há inovação. Vários movimentos foram desenvolvidos ali nos anos 1990 antes de se espalharam para o resto do país: ensino em casa (homeschooling), alastramento urbano (sprawl), igrejas tentaculares (megachurches)...

Ao pé das Montanhas Rochosas, é possível encontrar caubóis e geeks. Rancheiros apegados às suas terras e autônomos não conformistas sem escritórios nem laços, que se proclamam os assalariados de amanhã.

O futurólogo Thomas Frey, por exemplo. Ele cresceu em Dakota do Sul, mas desde que ele se entende por gente, sempre se sentiu programado para o futuro: “As pessoas acordam e se perguntam o que vão vestir hoje. Eu me pergunto o que elas vão vestir daqui a dez anos”.

Atraído pelo Colorado, Thomas Frey criou um instituto do futuro, perto de Boulder, a cidade “mais cerebral do país”. Ele lhe deu o nome de Da Vinci Institute. E em suas conferências acontece de ele se vestir de Leonardo da Vinci (os americanos adoram reconstituições com roupas de época).
Ex-engenheiro da IBM, membro de uma sociedade que reúne os 0,1% de americanos de Q.I. mais elevado, Tom Frey se descreve como um “arquiteto do futuro”. Para ele, o futuro cria o presente (e vice-versa). “As decisões que tomamos hoje são baseadas em nossa compreensão daquilo que o futuro nos reserva”.

O que o leva a sonhar em criar um “futuro positivo” somente pela magia de discorrer sobre o futuro... “Se conseguimos integrar imagens àquilo que o futuro nos reserva, isso muda nossas ações presentes. Aquele que consegue orquestrar essas visões tem um certo controle sobre o futuro”.

Thomas Frey montou seu Da Vinci Institute nas instalações de um banco que fechou, em Louisville, ao norte de Denver. O nome permaneceu: “The Vault”. Ainda é possível ver o cofre do banco. Reflexo da época, os empregados do banco foram substituídos por indivíduos que vêm trabalhar de acordo com as circunstâncias.

Hoje, ele diz, “trabalhar para uma grande empresa é a coisa mais assustadora possível. Você não sabe quanto tempo vai durar.” O futuro é dos “solopreneurs”: os empresários que trabalham sozinhos, que pulam de projeto em projeto.

“Os jovens não querem mais ficar desesperados como seus pais quando foram demitidos. Eles encontram uma certa segurança no fato de que podem passar de um trabalho para outro”, ele garante. “Aos 30 anos, um americano hoje já teve onze empregos, em média. Daqui a dez anos, ele terá trabalhado em duzentos ou trezentos projetos”.

A empresa, segundo Tom Frey, funcionará através de “colônias”: a colônia da biomedicina, do aeroespacial. As empresas já estão instalando gerentes de projetos nas unidades de “co-working” tais como o Vault e recrutam de forma pontual. “Elas enviam mensagens via Twitter: reunião em tal lugar. Quando o projeto acaba, o grupo se dispersa.” O desemprego será “diferente”: “Alguns terão longos espaços de tempo entre projetos.” Haverá trabalho para todo mundo? Provavelmente não. Mas a agricultura se tornará “a profissão mais cool”, ele prevê.
Tradutor: Lana Lim

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