sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ALEGRE, O PEQUENO LÍBANO


        A cidade do Alegre foi um grande pólo de atração de famílias árabes, creio que proporcionalmente é a que tem a maior concentração de famílias de brimos do Brasil. A maioria é Cristã, mas alguns eram Drusos e Ortodoxos. Outro dia voltei lá e almocei num self-service que oferecia três pratos da nossa culinária: quibe, charuto e tabule. No Alegre as empregadas domesticas fazem comida árabe com fazem o arroz e o feijão tradicional.
          Lá morei dos 8 aos 12 anos e tenho na memória o nome de muitas famílias. Fiz a minha lista e busquei ajuda com a brima Odete Jamil Amim e com a prima de sangue Zélia Cassa de Oliveira, do Instituto Histórico e Geográfico de Alegre. A listagem cresceu. Lá estão ou por lá passaram as famílias: Abdalla Assad, Adib Julião, Amim Moussi Chalhub, Adelaide Tannure Simão, Aduan Rachid Aduan, Assad Mileip, Amim Sader Tannure, Abdalla Rachid, Adma Hanzi Rachid, Alla Abikair, Adile Julião, Amim Cade, Assad Cade, Amim José Demian, Alice Najar Assad, Adélia Jourdi, Amim Mileip, Assad Felipe, Abraão Nicolau, Antonio Miguel, Amaro Feti, Alfredo Alcure, Andume Tannure, Assad Faissal, Chicri Tannus Quezem, Calisto, Cecim Tannure, Cheim, Cecília Francis Simão, Chebel Tannure Simão, Chicri Sily, Carolina Farah Alcure, Camilo, Calil Miguel Salim, Chequer Jabour, Calil Julião, Calil Cecim Tannure, Calil Salim Calil, Elias Alcure, Etien Khoury, Emily Gaebi Tannure, Espiridião Nascif, Gabriel Simão, Gastão Zeitum, Hend Farah Faissal, Hala Faissal Halim Azoury, Hend Cade, Hend Alcure Faissal, Halim Demian, Heston Ali Zeitum, Helena Abraão, Issa Jorge Kede, Jamil Cade, Latuf, Lucia Assad Tannure, Luzia Chebel Tannure Simão, Lizala Cheim, Noemia Tannure, Nahle Matar Tannure, Nadima Jabour, Nacib Cade, Nagib Farah Alcure, Jamil Amim, Nagib Abikair, Nagib Auad, Nagib Azoury, Nagib Sader Tannure, Nagib Amim, Nazira Cade, Salim Chebel Tannure, Salomão David Cade, Simão Alcure, Simão Hadid Tannure, Sayd José Demian, David Thomé, Simão Haufuche, Salim Nassar, Simeão Guenin Simão, Said Aby Mohamed, Salim Chalhub, Salim Simão. Não sei se faltam famílias, por isto peço que me enviem as devidas correções.        
            Lembro de muitos fatos interessantes, segue alguns. Amin Felipe da Silva, filho de libaneses, era professor de frances, fui seu aluno. O professor Amin avançava no horário além do meio dia. Para enfrentar nossa agonia, ele apresentava uma solução para quem desejasse sair no horário normal: na próxima aula haverá prova oral. Quem acertar tudo pode levar 10. Quem errar terá zero. Nunca vi ninguém sair no horário normal.
Jamil Mauche tinha carro de praça e possuía uma adaga- uma faca, com o nome da sua cidade de nascimento. Uma figura marcante da colônia libanesa foi Rachid Abdalla, funcionário do IBGE e que tinha um serviço de auto-falantes nos postes que funciona há 50 anos.
           No Bar Pico da Bandeira, de Pedro Tannure, vendia quibe cru e frito, lembro da sua inauguração. A Casa Dois Irmãos onde meus pais compravam sapatos para toda família. Gastão Zeitum gostava de galos de briga, meu irmão Francisco, não saía de lá. Lembro de uma moldura com a foto do galo chamado Oculista, porque nas lutas ele furava os olhos do adversário.
      Temos de levantar, registrar e preservar a nossa História. Se cada família se dispusesse a contar a sua jornada, teremos um rico material. Quando falamos da imigração libanesa para o Estado, Alegre nunca deve ser esquecida. Brimos, uni-vos.

Um comentário:

  1. Eu adoro esta culinaria, e tive coragem de fazer um almoço aqui na Italia dizendo que era tipico brasileiro: quibe, tabule e homus tahine....na verdade, nasci numa regiao previlegiada e em Anchieta a familia Tanure, vinda de Alegre, meus amigos que me ajudaram a apreciar melhor estas receitas: churrasco na casa da martha sempre tinha kafta

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