sábado, 10 de dezembro de 2011

Descendentes de suíços procuram suas origens


Geposted am 22.06.2009 von Geraldo Hoffmann             Estive na Suíça, com minha esposa Eliane e meus filhos Vinicius e Helena, entre os dias 11 e 14 de maio na Suíça em busca de informações sobre os imigrantes Friedrich Stauffer e Ana Maria Kobi Stauffer, que em 1856 chegaram ao Espírito Santo e foram morar em Rio Novo do Sul. Eles faziam parte de um grupo de 11 famílias, 90 pessoas.
Eliane Mansur (dir.) com membro da família Stauffer na Suíça
          A missão foi facilitada pelo arquiteto Alfred Muller, que havia conhecido há oito anos, por meio da Internet. Havia deixado uma mensagem no site da comunidade de Eggiwil, no Cantão alemão de Berna, informando que Friedrich e Ana Maria haviam imigrado para o Brasil e nós estávamos em busca dos parentes. Alfred pesquisou nos informou a data do nascimento, batismo e casamento de Friedrich, bem como os nomes de seus irmãos e pais. Depois nos enviou mais cinco gerações dos membros da família. Mantivemos sempre contato e a expectativa de um dia ir à Suíça.
            Neste ano a oportunidade surgiu e na estação de trem de Berna estava a nos esperar, no dia 11, Alfred Muller, arquiteto aposentado dos projetos e das construções físicas, mas agora conhecedor apaixonado de História Familiar e Genealogia, arquitetando e fazendo o encontro de famílias com o seu passado. Em pouco tempo de convivência parecia que já nos conhecíamos há anos, afinal a mesma raiz.
Depois de alojados no hotel, Alfred Muller nos levou a sede da Swissinfo e logo em seguida fomos a um café onde após longa conversa nos mostrou duas pastas com dados sobre as famílias Stauffer e Kobi, bem como toda nossa correspondência trocada nos últimos anos. Logo em seguida apresentou e discutiu conosco a programação para os nossos próximos dias. Meus filhos Vinicius e Helena eram os interpretes em inglês.
No dia 12 de maio, bem cedo começamos a percorrer o Cantão alemão de Berna, em direção da comunidade de Eggiwil, região tradicional e famosa do Emmenthal, onde são produzidos os mais finos queijos da Suíça. Estávamos na terra de Friedrich Stauffer, 153 anos depois de sua partida. Conhecemos a Igreja Protestante Reformada Suíça, onde Friedrich foi batizado no dia 27 de julho de 1834 e casado no dia 8 de junho de 1856.
                Neste dia a grande emoção, encontramos a família Stauffer. Foram horas de conversas, lembranças e buscas num tempo passado, um resgate. Quando o sangue e a emoção se apresentam, o suíço tido como frio desaparece, surge uma relação verdadeira. Lá deixamos com Monika Stauffer uma bandeira do Espírito Santo e informações sobre a imigração para o Brasil, dela recebemos um livro de História, todo marcado, da sua época de estudante. De volta ao hotel nós nos perguntávamos se era realidade ou sonho o que estávamos vivendo.
             No dia 13, o nosso guia e orientador Alfred Muller estava firme a nos esperar para mais jornada de buscas e agradáveis surpresas. Em Rapperswil, ainda no Cantão de Berna ficamos sabendo que Cristian Kobi, sogro de Friedrich Stauffer, que também veio para Rio Novo do Sul, havia sido professor na comunidade. Conhecemos a casa onde ele dava aulas, hoje uma residência.
Ainda no dia 13 nós fomos conhecer a casa onde morou o também imigrante Johann Scheidegger e sua família, já no Cantão Frances de Jura, pouco antes de deixar a sua Pátria. Aqui entramos e em torno de uma imensa mesa conversamos longamente com a família Von Daniken. À noite fomos ao jantar festivo dos 37 anos do casamento de Alfred e Marie, na casa dos nossos guias e orientadores.
            No dia 14, vimos um pedaço da imigração suíça para o Espírito Santo no Arquivo Nacional, o manuscrito do livro Barão Johann Jokob Von Tschudi que esteve no Espírito Santo em 1860 em busca de seus compatriotas em Rio Novo do Sul, Domingos Martins e Santa Leopoldina. Dos documentos brotaram informações e dados. Em reação natural, a garganta ficou seca, o coração bateu acelerado e a emoção deixou os olhos cheios de lágrimas. Era História Viva e Familiar
A nossa História está por ser escrita. Nos arquivos dos países que tiveram parte de suas populações vindas para o Espírito Santo, estão documentos que precedeu a vinda deles. Estão a espera que quem os vá descobrir e divulgá-los.
        É preciso mergulhar na História. Um retorno ao passado pode explicar os nossos dias. Quando saltamos da vida familiar para a vida da comunidade, entendemos a força que empurrou e a força que atraiu as famílias suíças para a aventura de mudar para novas terras. No final da jornada um registro:
         - Agradecer é o mínimo que podemos fazer. A acolhida nos marcou.  O teu esforço e dedicação em abrir caminhos e portas, colocaram luzes no nosso passado, na nossa História. Seremos eternamente gratos. Encontrar para conhecer. Conhecer para caminhar juntos. Caminhar juntos para amar mais. padre Humberto Pietrogrande. Alfred e Marie: a vida vale à pena quando: o coração, a espírito, a razão, a solidariedade, a emoção e o amor andam juntos e no guiam. Até o Brasil. A nossa casa é a casa de vocês. Venham!
As famílias capixabas não devem perder a oportunidade de conhecer as suas histórias. É cansativo, às vezes trabalho em vão, mas uma ação que faz muito bem ao espírito e às gerações que nos seguirão. Construir o futuro no presente, mas conhecendo de fato o passado, é o que interessa de fato.
          Vivemos um sonho, mas real e com a certeza de que podemos e devemos avançar muito mais, por isto: Obrigado, Alfred Muller, o nosso guia suíço.
ronaldmansur@gmail.com

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