segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Blogueira Yoani Sánchez recebe repúdio de movimentos sociais




 18/02/2013

Da Redação
  
Aos gritos de “Fora Yoani”, a blogueira cubana Yoani Sánchez foi recebida na madrugada dessa segunda-feira (18) por movimentos solidários a Cuba, enquanto desembarcava no Aeroporto Internacional dos Guararapes,  em Recife (PE). Segundo o site Brasil247, uma das faixas chamou a dissidente de “agente do serviço dos EUA contra o povo cubano” e um ativista tentou esfregar dólares no rosto de Yoani. “Isto é a democracia”, respondeu a blogueira.
Depois, a ativista pegou o avião para o Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, onde também foi recebida com repúdio por manifestantes.
O Brasil é a primeira escala de uma viagem de 80 dias de Yoani pelo mundo. Ela foi beneficiada por uma reforma migratória, realizada pelo governo cubano e, para viajar, precisou apenas do passaporte e visto.
No Brasil, a ativista tem atividades programadas até o próximo sábado (23). Entre elas, está a participação na exibição do documentário “Conexão Cuba-Honduras”, do cineasta Dado Galvão, em Salvador e Feira de Santana. Ela também participa de palestra no jornal Estado de S. Paulo e do programa Roda Viva, da TV Cultura, ambos na quinta-feira (21). Conforme noticiou a imprensa, o objetivo é denunciar as restrições à liberdade vivenciadas em Cuba pelos lugares em que passar.
Reconhecida internacionalmente como uma das maiores opositoras do governo cubano, Yoani Sánchez é autora do blog Generación Y e é apoiada pelos Estados Unidos. De acordo com documentos divulgados pelo Wikileaks, a blogueira se reúne frequentemente desde 2008 com representantes da Repartição de Interesses dos EUA, em Havana, de quem recebe instruções.
Em telegrama escrito pelo chefe da repartição, Jonathan Farrar, em 9 de abril de 2009, ele chegou a dizer que os EUA deveriam concentrar esforços na dissidente, lhe oferecendo mais apoio. “Pensamos que a jovem geração de dissidentes não-tradicionais, como Yoani Sánchez, pode desempenhar um papel em longo prazo em uma Cuba pós-Castro”, diz a mensagem.
Yoani também é financiada pela SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) com um salário de 6 mil dólares por mês. Ela ainda é correspondente do jornal El País, em Havana. Com o que recebe, a blogueira tem um padrão de vida muito acima da maioria da população cubana.
Apesar do reconhecimento internacional, a ativista não é conhecida pelos cubanos. De acordo com uma enquete realizada pela mesma Repartição de Interesses dos EUA, publicada pelo Wikileaks, apenas 2% dos que responderam à pesquisa sabem quem é Yoani.
O seu blog Generación Y, traduzido em 21 idiomas, também não tem impacto na audiência em Cuba nem internacionalmente, o que faz crer que sua fama é principalmente entre os mais tradicionais e conservadores meios de comunicação. Conforme ressalta o jornalista Altamiro Borges, o medidor especializado na webAlexa.com. indica que o blog da dissidente ocupa o lugar de 99.444 no raking mundial. Já o Twitter da blogueira conta com cerca de 50 mil perfis fantasmas, de acordo com pesquisa do jornalista do Le Monde Diplomatique, Salim Lamrani.
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