segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Escolaridade é fator decisivo para inclusão digital do brasileiro



14/02/2013
Grau de instrução é mais importante que infraestrutura e renda
SHUTTERSTOCK
​Escolaridade é determinante para a adesão à internet nos lares brasileiros.
​A inclusão digital no Brasil está diretamente relacionada às questões de infraestrutura, escolaridade e renda dos municípios brasileiros. Mas quando comparados os fatores, a escolaridade se destaca como o mais decisivo para adesão à rede.

O consultor do IBOPE Media, José Calazans, explica que quanto maior o grau de instrução do chefe da família, maior a penetração da internet nos domicílios. E a constatação vale tanto para casas de baixa como para as de alta renda.

De acordo com a pesquisa Target Group Index, do IBOPE Media, em lares com renda familiar de R$300, cujo chefe tem apenas a instrução primária ou é analfabeto, por exemplo, a penetração da internet é de 6% . Esse percentual sobe para 50% se o chefe da casa tiver ensino superior. O mesmo ocorre nos domicílios com renda familiar de até R$1.050, nos quais a penetração da internet atinge 29% quando o chefe da família tem baixa escolaridade, mas chega a 64% quando o chefe tem nível superior.

Comparando esses resultados com os coletados em cada município pelo Censo 2010, do IBGE, percebe-se que as cidades com maior presença de internet domiciliar são as que têm população com maior renda média e maior escolaridade.

“Cada R$ 50 na renda mediana de um município corresponde a 1 ponto percentual na penetração de internet domiciliar desse município. Por isso, Cuparaque (MG), com renda de 900 reais, tem 18% de internet, e Avaré (SP), com rendimento de 1.800 reais, tem 36% de internet”, informou José Calazans.
Mas muitos municípios têm mais internet do que a esperada pela renda de sua população, como Itabuna (BA), que tem renda de apenas R$ 1.088, mas uma a cada três casas já tem internet, segundo o Censo. Outras cidades que têm grandes câmpus universitários, como Pelotas (RS) e Viçosa (MG), também possuem mais internet do que a renda poderia proporcionar.

Por outro lado, os dados indicam que em algumas regiões ocorre o contrário: o município tem um uso de internet menor do que o esperado por sua renda.

Das 50 cidades que mais apresentam essa característica, 39 ficam no Rio Grande do Sul, como Vista Alegre do Prata, que com uma renda de R$2.510 poderia ter metade de suas casas com internet, mas apenas 13% das residências possuem acesso à rede.

“A maioria dos municípios com menos internet do que sua renda prevê são cidades pequenas de regiões em torno da Serra Gaúcha. Elas possuem elevada média de idade da população, boa penetração de telefone fixo e excepcional presença de rádio nos domicílios. Também têm predomínio da área rural em sua população ou em sua renda”, explica Calazans. 

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