terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Nacionalização de empresa gestora de aeroportos



 
Várias organizações
Adital
18 fevereiro 2013
O presidente boliviano, Evo Morales, anunciou nessa segunda-feira, 18, a nacionalização da empresa Servicios de Aeropuertos Bolivianos (SABSA), filial das espanholas Abertis e Aena, que administra os três maiores aeroportos da Bolívia, acusando-a de não ter feito suficientes investimentos, segundo informa a agência de notícias oficialABI. Morales anunciou a medida em um ato na cidade de Cochabamba, onde se localiza a sede de Sabsa.
A empresa Servicios de Aeropuertos Bolivianos S.A. (Sabsa) é a sexta firma espanhola que passa para as mãos do Estado em menos de um ano, já que, em maio passado, o presidente Evo Morales nacionalizou uma filial da Red Elétrica de Española (REE) e, em dezembro, nacionalizou quatro de Iberdola.
Em 1999, Sabsa passou a fazer parte da TBI, uma empresa com sede em Londres, que gerenciava aeroportos em distintos países do mundo. Posteriormente, segundo informa a empresa em sua página web, em 2004, a TBI foi adquirida por Abertis-Aena, que constituiu a Abertis-Airports, de quem dependia atualmente a empresa boliviana.
Segundo a ABI, os executivos de Sabsa resistiam a incrementar o investimento de sua proposta inicial de 36 milhões de dólares na manutenção e ampliação dos aeroportos de La Paz, de Cochabamba e Santa Cruz nos próximos nove anos, o que havia levado o governo a analisar seriamente a nacionalização.
Segundo meios locais, no momento há presença militar nos aeroportos internacionais de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, instalações que se encontram custodiadas por efetivos da Força Aérea da Bolívia.
Antes de tomar essa medida, o Governo deu prazo para que a Sabsa investisse 56 milhões de dólares para evitar a nacionalização, devido a que o investimento realizado de 1997 até o momento não convencia e, segundo as autoridades bolivianas, não se via melhorias nem na infraestrutura nem nos serviços dos principais aeroportos da nação andina.
*********Empresas nacionalizadas pelo presidente Evo Morales:
- Maio 2006.- Evo Morales decretou a nacionalização dos hidrocarbonetos, especialmente do gás, principal fonte de divisas do país, e começou a negociação de novos contratos de exploração com as empresas estrangeiras.
- Outubro 2006.- O presidente boliviano reestatizou a mina de estanho de Huanuni.
- Janeiro 2007.- O governo anunciou a nacionalização da Empresa Nacional de Telecomunicaciones (ENTEL); porém, as conversações ficaram estancadas e a matriz italiana Telecom propôs uma arbitragem contra a Bolívia no Ciadi do Banco Mundial.
- Fevereiro 2007.- Morales nacionalizou a empresa de fundição Vinto, em mãos suíças.
- 26 março 2008.- Morales fixou o dia 30 de abril como prazo máximo para nacionalizar quatro filiais da hispano-argentina Repsol YPF, das britânicas Ashmore e British Petroleum e do consórcio peruano-alemão CLBH.
- 11 abril 2008.- Morales transformou a estatal YPFB em uma corporação para dirigir a nacionalização petroleira e criou a Empresa Boliviana de Industrialización de los Hidrocarburos (EBIH).
- 1 maio 2008.- O Estado boliviano adquiriu 100% da Compañía Logística de Hidrocarburos (em mãos peruanas e alemãs) e da telefônica Entel, filial da italiana Telecom. Recuperou a maioria acionária (50% + 1 ação) das petroleiras Chaco, de Panamerican Energy (do grupo British Petroleum); Andina, filial da Repsol YPF; e de Transredes, transportadora de hidrocarbonetos participada pela britânica Ahsmore e anglo-holandesa Shell.
- 15 outubro 2008.- Repsol YPF assinou um acordo com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) para iniciar a gestão compartilhada na YPFB-Andina.
- 23 janeiro 2009.- Morales nacionalizou a petroleira Chaco, participada por British Petroleum (BP) e pela argentina Bridas, acusando-as de retirar do país 277 milhões de dólares, em 2008.
- 6 fevereiro 2009.- O Governo boliviano expropriou 36.000 hectares de terras de fazendeiros (15.000 à família estadunidense Larsen Metenbrink), acusando-os de submeter indígenas guaranis a trabalho escravo.
- 1 maio 2009.- Morales nacionalizou a Air BP, filial da britânica British Petroleum, dedicada à distribuição de combustível em aeroportos bolivianos.
- 1 maio 2010.- Morales nacionalizou quatro empresas eléctricas: Corani, participada em 50% pela Ecoenergy International, subsidiária da francesa GDF Suez; Guaracachi, cujo principal acionista (com 50%) era a britânica Rurelec PLC; Valle Hermoso, cujo 50% do capital estava em mãos de The Bolivian Generating Group da Panamerican de Bolivia; e a cooperativa distribuidora Empresa de Luz y Fuerza Eléctrica de Cochabamba.
- 2 maio 2010.- Morales nacionalizou a pequena fundidora de antimônio Empresa Metalúrgica Vinto-Antimonio, filial da suíça Glencore, que havia deixado de operar nos últimos anos.
- 1 maio 2012.- Evo Morales expropriou as ações da Red Eléctrica Española (REE) na empresa Transportadora de Electricidad (TDE).
- 29 dezembro 2012.- O presidente boliviano decretou a expropriação das ações da española Iberdrola em duas distribuidoras de energía elétrica nas regiões de La Paz e Oruro, uma empresa de serviços e uma gestora de investimentos.

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