terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

SAÍDA DA CRISE: NAÇÃO OU PAÍS-MERCADORIA?


Quando foi eleito presidente do Chile, em janeiro de 2010, o direitista Sebástian Piñera reacendeu a esperança conservadora  latino-americana.Sua vitória reluziu como a revanche diante de um colar de governos progressistas que asfixiavam o horizonte  da direita regional. Enfim, um presidente para chamar de seu.Transcorridos três anos, Piñera rasteja a caminho de uma derrota sucessória  antevista como inevitável.Dilma, 'o poste de Lula', como queria Serra, ostenta mais de 70% de aprovação.Os jornalismo que apostou na ressurgência neoliberal mostra-se estupefato. O Chile fez tudo como deve ser. É a economia mais aberta da América Latina. O Estado é mínimo: a dívida do setor público é de apenas 11,5% do PIB (36% no Brasil). A previdência foi privatizada. A proteção trabalhista é pífia. O raciocínio conservador desdenha de uma lacuna-chave:o 'mandatário moderno' esqueceu de transformar a maçaroca econômica em uma Nação.Um 'país-mercadoria' não precisa de projeto nacional. A qualidade distinta do desenvolvimento perseguido pelo Brasil, porém, não representa uma certeza. É um projeto em disputa. A crise mundial acirrou os embates em torno dessa divergência porque passou a exigir  definições mais coerentes e mais profundas. E linhas de passagem mais curtas e ousadas. A cada dia tão ou mais incompatíveis quanto a lógica que  ordenou o Chile, de Pinochet a Piñera, e a que sustenta o Brasil, de Dilma e Lula

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