Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
Além da tradicional reivindicação pelo respeito a todas as mulheres, pela não discriminação e pelo fim da violência de gênero, neste ano, no marco do Dia Internacional das Mulheres, organizações feministas, como que se unindo a uma única voz ao redor do planeta, reforçam o apelo pela legalização do aborto e pelo direito sexual e reprodutivo.
É o caso da Comissão Organizadora do Dia Internacional de Luta das Mulheres, que reunindo diversas organizações, sindicatos, coletivos e movimentos de São Paulo (Brasil), saiu às ruas da capital paulista em um ato unificado para exigir autonomia e igualdade para as mulheres sob o lema "Mulheres em luta contra a violência machista, racista e lesbofóbica".
"Nós, mulheres feministas, estamos nas ruas novamente para reafirmar nosso compromisso com a luta contra a violência, o machismo, o racismo e a lesbofobia, uma luta que, para nós, também é anticapitalista e antiimperialista, pois ainda há muito a fazer para garantir nossa autonomia, igualdade e direitos plenos. Esta é a base da sociedade que queremos construir", explica o comunicado da atividade, que também enfatiza a luta pela legalização do aborto e incorporação ao Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS), "como medida de redução da mortalidade das mulheres, principalmente das negras epobres, as que mais se submetem a métodos inseguros de abortamento”.
Maria Fernanda, integrante da Marcha Mundial das Mulheres, participante do ato em São Paulo, disse que "enquanto o aborto não for legal no Brasil, a gente vai levantar essa bandeira”. Ela lembra que a responsabilidade de gerar uma vida não pode ser jogada apenas para a mulher, que tem apenas 5 dias férteis no mês, enquanto os homens são férteis todos os dias. "É preciso que eles se conscientizem e se responsabilizem sobre a necessidade do uso do preservativo”, destacou.
Ela também comentou que os números de violência contra mulheres no Brasil são "absurdos”. "Não podemos nos acostumar com a violência nem com mulheres sendo jogadas para cachorros comerem. Nossa reivindicação [também] gira em torno da autonomia econômica, do direito ao trabalho digno e da remuneração decente, direito à creche para deixar seus filhos, do direito de viver uma vida sem violência”, ressaltou. Para saber mais sobre o ato de São Paulo, acompanhe pelo facebook aqui ou aqui.
No âmbito global, a Anistia Internacional (AI) lança nesta sexta-feira (8) uma petição online com a mensagem "Meu corpo, meus direitos”, que tem o objetivo de pedir aos líderes mundiais, representantes permanentes nas Nações Unidas e organizações internacionais que realizem uma análise e prestação de contas sobre direitos sexuais e reprodutivos na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) que se desenvolverá em 2014, na Colômbia.
"Estes direitos foram reconhecidos pela primeira vez por 179 Estados, durante a CIPD que aconteceu em Cairo, no Egito em 1994. (...) Em 2014 se realizará um exame operacional do cumprimento dos acordos – chamado CIPD+20 – que oferece aos governos, a ONU e a sociedade civil uma oportunidade de se mobilizar para avançar ainda mais na proteção dos direitos humanos”, explica a entidade.
Além desta ação online, a AI também participa de outras atividades, como feiras e marchas, pela defesa dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, que são também direitos humanos.
Apesar dos avanços – ainda lentos – em políticas, programas e leis que criminalizam a violência contra mulheres, ainda são altos os índices de agressões, abusos e de casos de feminicídios em vários países, mostrando que a aplicação das normas ainda é deficiente e que é urgente haver uma mudança nos padrões culturais e de comportamento.
Por isso, em mensagem às mulheres de todo o planeta, a diretora executiva da Organização das Nações Unidas, ONU Mulheres, Michelle Bachelet, pediu que a comunidade internacional cumpra seus compromissos na proteção dos direitos das mulheres a uma vida sem violência. "Sinto indignação porque mulheres e meninas continuam sofrendo altos índices de discriminação, violência e exclusão. Culpam-nas sistematicamente, as fazem sentir vergonha pela violência que se comete contra elas e, com demasiada frequência, buscam justiça sem conseguir. Chegou a hora de que os governos cumpram suas promessas e protejam os direitos humanos, respeitando os convênio e acordos internacionais que assinaram. Uma promessa é uma promessa”, pontuou.
Leia a mensagem completa da Onu Mulheres, aqui.
8 de março
O Dia Internacional das Mulheres celebra a luta de mulheres operárias desde o final do século XIX em vários países da Europa e nos Estados Unidos, contra as exaustivas jornadas de trabalho e salários baixos. A escolha do dia 8 de março para homenagear as mulheres data de 1917, quando cerca de 90 mil operárias protagonizaram o protesto conhecido como "Pão e Paz" contra o Czar Nicolau II, na Rússia. A data consagrou-se em 1921, e apenas em 1977 foi que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu oficialmente a celebração.
É o caso da Comissão Organizadora do Dia Internacional de Luta das Mulheres, que reunindo diversas organizações, sindicatos, coletivos e movimentos de São Paulo (Brasil), saiu às ruas da capital paulista em um ato unificado para exigir autonomia e igualdade para as mulheres sob o lema "Mulheres em luta contra a violência machista, racista e lesbofóbica".
"Nós, mulheres feministas, estamos nas ruas novamente para reafirmar nosso compromisso com a luta contra a violência, o machismo, o racismo e a lesbofobia, uma luta que, para nós, também é anticapitalista e antiimperialista, pois ainda há muito a fazer para garantir nossa autonomia, igualdade e direitos plenos. Esta é a base da sociedade que queremos construir", explica o comunicado da atividade, que também enfatiza a luta pela legalização do aborto e incorporação ao Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS), "como medida de redução da mortalidade das mulheres, principalmente das negras epobres, as que mais se submetem a métodos inseguros de abortamento”.
Maria Fernanda, integrante da Marcha Mundial das Mulheres, participante do ato em São Paulo, disse que "enquanto o aborto não for legal no Brasil, a gente vai levantar essa bandeira”. Ela lembra que a responsabilidade de gerar uma vida não pode ser jogada apenas para a mulher, que tem apenas 5 dias férteis no mês, enquanto os homens são férteis todos os dias. "É preciso que eles se conscientizem e se responsabilizem sobre a necessidade do uso do preservativo”, destacou.
Ela também comentou que os números de violência contra mulheres no Brasil são "absurdos”. "Não podemos nos acostumar com a violência nem com mulheres sendo jogadas para cachorros comerem. Nossa reivindicação [também] gira em torno da autonomia econômica, do direito ao trabalho digno e da remuneração decente, direito à creche para deixar seus filhos, do direito de viver uma vida sem violência”, ressaltou. Para saber mais sobre o ato de São Paulo, acompanhe pelo facebook aqui ou aqui.
No âmbito global, a Anistia Internacional (AI) lança nesta sexta-feira (8) uma petição online com a mensagem "Meu corpo, meus direitos”, que tem o objetivo de pedir aos líderes mundiais, representantes permanentes nas Nações Unidas e organizações internacionais que realizem uma análise e prestação de contas sobre direitos sexuais e reprodutivos na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) que se desenvolverá em 2014, na Colômbia.
"Estes direitos foram reconhecidos pela primeira vez por 179 Estados, durante a CIPD que aconteceu em Cairo, no Egito em 1994. (...) Em 2014 se realizará um exame operacional do cumprimento dos acordos – chamado CIPD+20 – que oferece aos governos, a ONU e a sociedade civil uma oportunidade de se mobilizar para avançar ainda mais na proteção dos direitos humanos”, explica a entidade.
Além desta ação online, a AI também participa de outras atividades, como feiras e marchas, pela defesa dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, que são também direitos humanos.
Apesar dos avanços – ainda lentos – em políticas, programas e leis que criminalizam a violência contra mulheres, ainda são altos os índices de agressões, abusos e de casos de feminicídios em vários países, mostrando que a aplicação das normas ainda é deficiente e que é urgente haver uma mudança nos padrões culturais e de comportamento.
Por isso, em mensagem às mulheres de todo o planeta, a diretora executiva da Organização das Nações Unidas, ONU Mulheres, Michelle Bachelet, pediu que a comunidade internacional cumpra seus compromissos na proteção dos direitos das mulheres a uma vida sem violência. "Sinto indignação porque mulheres e meninas continuam sofrendo altos índices de discriminação, violência e exclusão. Culpam-nas sistematicamente, as fazem sentir vergonha pela violência que se comete contra elas e, com demasiada frequência, buscam justiça sem conseguir. Chegou a hora de que os governos cumpram suas promessas e protejam os direitos humanos, respeitando os convênio e acordos internacionais que assinaram. Uma promessa é uma promessa”, pontuou.
Leia a mensagem completa da Onu Mulheres, aqui.
8 de março
O Dia Internacional das Mulheres celebra a luta de mulheres operárias desde o final do século XIX em vários países da Europa e nos Estados Unidos, contra as exaustivas jornadas de trabalho e salários baixos. A escolha do dia 8 de março para homenagear as mulheres data de 1917, quando cerca de 90 mil operárias protagonizaram o protesto conhecido como "Pão e Paz" contra o Czar Nicolau II, na Rússia. A data consagrou-se em 1921, e apenas em 1977 foi que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu oficialmente a celebração.
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