Declaração conjunta dos líderes* da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), do Programa Alimentar Mundial (PAM) e da Organização Internacional do Direito do Desenvolvimento (IDLO).
* José Graziano da Silva, Diretor-Geral da FAO; Kanayo F. Nwanze, Presidente do FIDA; Ertharin Cousin, Diretora Executiva do PAM; Irene Khan, Diretora-Geral da IDLO.
ROMA – No Dia Internacional da Mulher deste ano, a comunidade global debruça-se sobre como eliminar e prevenir todas as formas de violência contra as mulheres e as meninas. Apesar do importante papel desempenhado pelas mulheres na produção de alimentos e na alimentação das suas famílias, pouca atenção tem sido dada à relação entre o gênero, a violência e a segurança alimentar.
A discriminação por motivos de gênero fomenta a subnutrição e a marginalização das mulheres. Muitas vezes, as práticas discriminatórias em comunidades rurais geram desequilíbrios na distribuição de alimentos dentro da família, de tal forma que, geralmente, as mulheres e as meninas têm acesso a alimentos menos nutritivos e em menor quantidade.
Durante períodos de insegurança alimentar as famílias pobres chegam a casar as filhas prematuramente para terem menos uma boca para alimentar. Às vezes, as mulheres refugiadas veêm-se obrigadas a prostituir-se em troca de comida. Como passam horas a recolher lenha para cozinhar para a sua família, as mulheres ficam vulneráveis a violações e outras formas de agressão. As viúvas são vítimas de perseguições por motivos relacionados com a posse da terra mas, muitas vezes, as leis nacionais favorecem os homens. A violência doméstica tem efeitos negativos na produção agrícola e no bem-estar familiar. Para muitas mulheres que hoje lutam para satisfazer as suas próprias necessidades alimentares e as dos seus filhos, segurança alimentar significaria segurança pessoal e legal.
Se nos unirmos para promover a segurança alimentar das mulheres, também alimentamos a mente e o corpo de comunidades inteiras. Se uma menina puder frequentar a escola num ambiente seguro, poderá desenvolver todo o seu potencial mental e físico. Poderá evitar o casamento precoce, ou forçado, bem como outras formas de violência. Se uma mulher puder registrar o nascimento dos seus filhos, possuir legalmente a terra que cultiva e o dinheiro que ganha, poderá contribuir para o bem-estar e o desenvolvimento econômico da sociedade em que vive.
As mulheres representam mais de 40 por cento da mão-de-obra agrícola nos países em desenvolvimento. Melhorar a igualdade no acesso das mulheres aos fatores de produção agrícola (tais como sementes, ferramentas, fertilizantes), à educação e aos serviços públicos contribuiria significativamente para alcançar a segurança alimentar e nutricional para todos.
Garantir às mulheres e às meninas meios jurídico e econômicos cria oportunidades de desenvolvimento, confere-lhes mais peso político e reduz a sua vulnerabilidade à violência. A segurança alimentar vincula os diversos elementos necessários para construir um futuro de paz e de justiça.
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A FAO aborda as causas profundas da fome. O seu mandato consiste em melhorar os níveis de nutrição, aumentar a produtividade agrícola sustentável, melhorar a vida das populações rurais e contribuir para o crescimento da economia mundial.
Erwin Northoff, erwin.northoff@fao.org Tel: +39 06 570 5310 5 Tlm: +39 348 25 23 616 www.fao.org
O FIDA trabalha com as populações rurais pobres para que possam produzir e vender mais alimentos, aumentar os seus rendimentos e tomar conta dos seus próprios destinos. O FIDA, investiu, desde 1978, cerca de 14,8 mil milhóes de dólares em doações e empréstimos com baixos juros nos países em desenvolvimento através de projetos que ajudaram mais de 400 milhões de pessoas a sair da pobreza.
O FIDA trabalha com as populações rurais pobres para que possam produzir e vender mais alimentos, aumentar os seus rendimentos e tomar conta dos seus próprios destinos. O FIDA, investiu, desde 1978, cerca de 14,8 mil milhóes de dólares em doações e empréstimos com baixos juros nos países em desenvolvimento através de projetos que ajudaram mais de 400 milhões de pessoas a sair da pobreza.
O PAM é a maior agência humanitária que luta contra a fome no mundo. Por ano, em média, presta assistência alimentar a mais de 90 milhões de pessoas em mais de 70 países.
A IDLO ajuda os governos e as populações a reformar as leis e a fortalecer as instituições com vista a promover a paz, a justiça, o desenvolvimento sustentável e as oportunidades económicas. É a única organização intergovernamental cujo mandato está centrado exclusivamente no Estado de Direito.
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