Analistas e agrônomos já preveem danos para as próximas três safras de café no Brasil
O café arábica já subiu 88% este ano, o maior ganho entre 24 matérias-primas acompanhadas pelo índice da Standard & Poor’s. O rally deve provocar o aumento dos custos do café premium em cafeterias como a Starbucks e a J.M. Smucker Co.
“As preocupações com a oferta de café estão aumentando”, afirmou Jack Scoville, vice-presidente do grupo Price Futures, em Chicago. “E este problema provavelmente irá durar mais de uma safra”.
Árvores morrendo
A queda nos preços do café em 2013 fez com que muitos produtores parassem de investir em fertilizantes, além disso, as colheitas na América Central foram prejudicadas pela doença da ferrugem.
“Não teremos grandes problemas com a oferta de café em 2014, mas enfrentaremos uma situação difícil em 2015-16”, informou a Marex, citando o possível El Niño, poderá trazer um excesso de chuvas ao Brasil e aumentar a incidência de ferrugem em cafezais da América Central.
Os estoques do café robusta (conillon) monitorados pela Bolsa de Londres (NYSE Liffe) estão em seus menores patamares desde 2002.
Confirmação de graves danos
Durante o tradicional encontro de integração entre os Grupos Técnicos em Cafeicultura (GTEC’s Café) promovido pela Syngenta, entre os dias 2 e 4 de abril, 220 agrônomos apresentaram suas análises para cada região produtora e apresentaram suas previsões para perda de safra.
Ao final das apresentações, o percentual de redução de safra com relação à última estimativa da CONAB foi de 17,6%, muito próximo dos 18% apresentado posteriormente em estudo encomendado pelo Conselho Nacional do Café – CNC e realizado pela Fundação Procafé. Embora o método proposto na reunião não tenha o rigor científico, a percepção dos especialistas sobre os impactos do clima sobre a produção de café nas suas regiões de atuação mostrou-se uma eficiente ferramenta de colaboração e de geração de conhecimento.
Os especialistas foram divididos em sete grupos, correspondentes às suas regiões de produção: Sul de Minas, Cerrado, Matas de Minas, Centro-Oeste Paulista, Mogiana, Conillon e Cooperativas. Cada um dos sete grupos (GTEC´s) realizou reunião isolada dos demais e, posteriormente, foi apresentado o diagnóstico colaborativo regional da cafeicultura.
Assista ao vídeo abaixo com o depoimento de 21 agrônomos que participaram do encontro:
Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Bellei
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