sexta-feira, 20 de março de 2015

Nova unidade de armazenamento de arroz no RS gera mais renda à cooperativa de assentados


Posted: 20 Mar 2015 04:48 AM PDT
A presidenta Dilma Rousseff inaugura nesta sexta-feira (20), unidade de secagem e armazenagem de arroz da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre (RS). A nova unidade é mais moderna e teve financiamento de R$ 3,4 milhões do BNDES, por meio do programa Terra Forte do Incra. Também foi financiado para a cooperativa R$ 1,3 milhão para aquisição de máquinas e mais R$ 1,4 milhão para recondicionamento do complexo de irrigação do canal de Águas Claras, no município de Viamão, totalizando R$ 6,1 milhões investidos.
Emerson afirma que tecnologia da nova unidade poderá produzir em escala, com qualidade, respeitando o meio ambiente e gerando renda. Foto: Marco Mari - Gabinete Digital/PR.
Emerson afirma que tecnologia da nova unidade poderá produzir em escala, com qualidade, respeitando o meio ambiente e gerando renda. Foto: Marco Mari – Gabinete Digital/PR.
Emerson Giacomelli, coordenador do grupo gestor da Cootap, avalia que a unidade fecha a cadeia de produção do arroz agroecológico pelas famílias assentadas. “Nós tínhamos inúmeras dificuldades para beneficiar esse produto, nós terceirizávamos. Essa unidade tem tecnologia, tem condição de gerar um produto de qualidade que vai gerar mais renda. Demonstra que a gente pode produzir em escala, tendo qualidade, respeitando o meio ambiente, respeitando a saúde de quem produz, gerando renda e entregando para o consumidor um produto de qualidade”, afirmou.
Stanislau Antônio Lopes, chefe da divisão de desenvolvimento do Incra (RS), fala do apoio do órgão no fomento da lavoura de arroz dos assentados. “O Incra já vem trabalhando há oito anos em políticas de apoio ao fomento e à consolidação da matriz agroecológica das lavouras de arroz dos assentamentos. No estado inteiro são mais de 30 assentamentos, mais de 5 mil hectares hoje de lavoura sem o uso de venenos, de agroquímicos”, comemora.
Essa unidade nova produzirá também arroz agroecológico parbolizado, com maior facilidade de inserção no mercado. “É um avanço em capacidade de produção e qualidade do produto. Isso se traduz em uma qualidade de vida melhor para assentados que hoje trabalham com lavoura de arroz agroecológico”, diz ele.
12ª Abertura da Colheita do Arroz Ecológico
Dilma Rousseff também participa, em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre (RS), de evento realizado anualmente com participação das famílias assentadas envolvidas na cadeia produtiva. A festividade divulga resultados da reforma agrária e da produção do arroz orgânico.
Organizado pelo MST, pela Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs) e pela Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), o evento é itinerante e este ano é realizado na lavoura do assentado Antônio Carlos da Silveira Pereira, no Assentamento Integração Gaúcha. Ele conta sobre a produção de arroz orgânico, que planta para sementes há cinco anos.
“A semente é colhida, beneficiada e vendida para produtores que plantam para colher o grão, que abastece principalmente programas do governo, como merenda escolar e feiras agroecológicas. O arroz é de qualidade, sem químicos e agrotóxicos”, explica.
Na safra 2014/2015, foi feito plantio de 4 mil hectares sem veneno com estimativa de 480 mil sacas de arroz; um valor comercializado de mais de R$ 19 milhões. Estão envolvidas 471 famílias em 60 grupos de produção, o que evidencia expansão da área cultivada e aumento da produtividade em relação às safras anteriores.
A Cootap possui 1.468 cooperados produzindo arroz orgânico. No município de Eldorado do Sul, existem sete assentamentos com um total de 327 famílias beneficiadas. A produção na Região Metropolitana de Porto Alegre integra a Plataforma de Boas Práticas para o Desenvolvimento Sustentável, mantida pelo Programa de Cooperação Brasil-FAO, na área de Segurança Alimentar.
Programa Terra Forte
Lançado em 2013 pela presidenta Dilma, o programa moderniza e industrializa assentamentos da reforma agrária criados ou reconhecidos pelo Incra. Os beneficiários são famílias regularmente cadastradas no órgão e organizadas em cooperativas ou associações.
O Terra Forte já investiu R$ 600 milhões provenientes do Incra e do BNDES. A meta é beneficiar até 70 mil famílias de trabalhadores rurais organizadas em cooperativas ou associações em assentamentos da reforma agrária.

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