Brasília (11/03/2015) - Cresceu a adesão dos produtores brasileiros ao
mercado de orgânico, que, além de alimentos mais saudáveis, promove a
conservação e a recomposição dos ecossistemas. Entre janeiro de 2014 e janeiro
de 2015, a quantidade de agricultores que optaram pela produção orgânica passou
de 6.719 para 10.194, um aumento de cerca de 51,7%. As regiões onde há mais
produtores orgânicos são o Nordeste, com pouco mais de 4 mil, seguido do Sul
(2.865) e Sudeste (2.333).
As Unidades de Produção também tiveram um aumento significativo. Passaram de
10.064 em janeiro de 2014 para 13.323 em janeiro deste ano, ou seja, um acréscimo
de 32%. É importante ressaltar que cada produtor orgânico pode ter mais de uma
unidade de produção. Por região, o Nordeste é o que mais possui unidades de
produção, com 5.228, seguido do Sul (3.378) e do Sudeste (2.228). No
Norte, foram contabilizadas 1.337 unidades de produção e no Centro-Oeste, 592.
A área total de produção orgânica no Brasil já chega a quase 750 mil hectares,
sendo o Sudeste a região com maior área produtiva, chegando a 333 mil hectares.
Em seguida, estão as regiões Norte (158 mil hectares), Nordeste (118,4 mil hectares),
Centro-Oeste (101,8 mil hectares) e Sul, com 37,6 mil hectares.
Incentivo aos orgânicos
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da
Coordenação de Agroecologia da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e
Cooperativismo (SDC), realiza campanhas anuais, como a Semana dos Orgânicos,
a fim de reforçar para a população, principalmente a urbana, que os sistemas de
produção orgânica se baseiam em princípios da agroecologia. De acordo com o
oordenador da área, Rogério Dias, esses sistemas buscam viabilizar a produção
de alimentos e outros produtos de forma mais harmônica com a natureza e mais
saudáveis. O sistema da produção ainda é baseado em princípios de justiça social
em todos os segmentos da rede.
O que é?
A produção orgânica tem por base sistemas de produção que adotam práticas
como o uso saudável e responsável do solo, da água, do ar e da biodiversidade.
Assim, reduz a contaminação e o desperdício desses elementos. O
processo aplica conhecimentos da ecologia no manejo da unidade de produção,
que é manejada de forma integrado com a flora e a fauna.
Segundo Dias, esse modo de produção assegura o fornecimento de alimentos
saudáveis, mais saborosos e de maior durabilidade. “Não são utilizadas práticas
e substâncias que possam colocar em risco a saúde de quem produz e de quem
consome, nem causar impactos negativos sobre o meio ambiente”, afirmou.
Outro ponto que ele destaca é a importância que a agricultura orgânica dá às
relações sociais e de trabalho, nas quais toda a cadeia produtriva, da produção
ao consumo, têm que ser considerada com a mesma atenção, buscando sempre
a melhoria da qualidade de vida para todos.
Dias explicou também que, por esse conjunto de fatores, a agricultura orgânica
dá mais sustentabilidade à produção agropecuária, em um número cada vez maior
de regiões do mundo. "A produção orgânica amplia a capacidade dos espaços
produtivos de cumprirem suas funções ecossistêmicas, tão importantes para todos
os habitantes do Planeta, o que contribui para o enfrentamento de problemas
cada vez mais visíveis por todos, como o aquecimento global e a escassez de água",
avaliou.
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