Brasília (10/11/2015) - Em missão oficial à Arábia Saudita, a ministra Kátia
Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) apresentou a empresários e autoridades
do país o potencial de produção e exportação de grãos e peixe do Matopiba (região
formada por partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Ela destacou
ainda as oportunidades de investimentos em infraestrutura, que objetivam reduzir o
custo de produção e facilitar o escoamento de produtos agropecuários pela Região Norte.
Ao ministro da Agricultura do Reino da Arábia Saudita, Abdulrahman Al Fadhly, Kátia
Abreu afirmou que o governo brasileiro destina atenção especial ao Matopiba
desde a publicação do decreto – assinado em maio deste ano pela presidenta Dilma
Rousseff – que delimita a área territorial da região.
Kátia Abreu também apresentou o potencial e as oportunidade de investimento no
Matopiba a grandes tradings e empresas voltadas ao ramo de alimentação na Arábia
Saudita: Almunajem, Arasco e Salic. Ela presenteou os empresários com um jogo
de damas cujas peças, confeccionadas por artesãs tocantinenses, são feitas de capim
dourado – espécie típica do Jalapão.
“Acompanhar de perto essa região e seus produtores se tornou uma política de
Estado”, destacou a ministra. “Trata-se de uma das últimas fronteiras agrícolas em
franca expansão no Brasil e no mundo. Estamos muito animados e otimistas com o
Matopiba, que já responde por 10% de toda a produção nacional de grãos”, completou.
Perspectiva
Com a perspectiva de o governo árabe reduzir a produção própria de grãos, a fim
de evitar consumo de água na agricultura – dada a escassez vivida na região –, o
Matopiba figura como uma “excelente oportunidade de negócios”. Dos 73 milhões de
hectares, 35 milhões são destinados ao plantio.
A região também tem alto potencial para pesca e aquicultura, com destaque para o novo
centro da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Tocantins, voltado
para o setor. O Mapa desenvolverá, em parceria com a Embrapa, um grande programa
para ampliar a produção de peixe no país e poderá sair da condição de importador
para se tornar exportador.
A Arábia Saudita, de acordo com ela, pode ser um parceiro do Brasil no projeto. “Temos
12% da água doce do planeta e 8,5 mil quilômetros de costa marítima, mas
somos importadores de peixe”, observou Kátia Abreu. “Temos peixes saborosos e
da maior qualidade. Essa é uma grande cooperação que podemos firmar”, disse.
Infraestrutura
Os empresários e as autoridades que se reuniram com a ministra quiseram saber o
que o governo brasileiro tem feito para melhorar a logística de escoamento da
produção agropecuária. Kátia Abreu apresentou as principais concessões
previstas pelo Programa de Investimento em Logística do governo federal, com
destaque para as obras de infraestrutura do chamado Arco Norte.
A Região Norte, acima do paralelo 16, concentra 56% de toda a produção de
grãos, disse a ministra. Porém, a logística para escoamento dos alimentos vindos
dali não acompanhou a mudança geográfica da produção e ainda se concentra nos
portos das regiões Sul e Sudeste.
O governo brasileiro trabalha para inverter a lógica do escoamento dos grãos e,
para isso, procura atrair investimentos privados. “Queremos que o Arco Norte seja
objeto de análise e de interesse dos investidores”, assinalou a ministra, lembrando
que, em menos de três anos, já existem 47 terminais de uso privativo construídos
ou em construção, evidenciando a grande demanda do setor.
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