COMIDA DE VERDADE
Ministra Tereza Campello destacou que saída do Brasil do Mapa Mundial da Fome resulta de um conjunto de políticas públicas estruturantes que tiveram o apoio da sociedade civil
Publicado03/11/2015 18h19
Brasília – Ao participar da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, lembrou que o Brasil viveu a situação da fome por mais de 500 anos e que, graças a um conjunto de políticas públicas, saiu do Mapa Mundial da Fome, em 2014.
“Muitos diziam que a fome era parte da realidade brasileira, mas nunca aceitamos esse discurso. Sair do Mapa da Fome é uma grande vitória e mostra o empenho do governo e da sociedade civil para construir uma nova agenda”, destacou ela, referindo-se à importância da participação social.
Tereza Campello disse ainda que a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em 2004, também foi fundamental para que o Brasil saísse do Mapa da Fome. “A recriação do Consea trouxe de volta ao debate o tema segurança alimentar. Isso é fruto da participação social e de um governo que ouviu os movimentos e resolveu construir políticas públicas estruturantes”, acrescentou.
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A ministra explicou que o Brasil conseguiu reduzir o percentual da população em situação de fome de 10%, em 2002, para 1,7%, em 2014. Segundo ela, entre os desafios estão “a necessidade de um olhar mais específico para uma parte da população que ainda se encontra em situação de insegurança alimentar”. “O país ainda tem um grande desafio pela frente: reduzir a insegurança alimentar de povos e comunidades tradicionais.”
Os avanços, disse ela, devem ser comemorados e a conferência deve ser vista como um “piso” para que o país possa avançar mais. “Essa conferência, além de afirmar as conquistas, tem que nortear o futuro, para que possamos fazer mais nos próximos 10 anos. Agora temos que ter um olho no futuro, vigilante, porque as conquistas sociais no Brasil estão em risco. Não aceitamos retroceder.”
Ações - Tereza Campello apresentou um balanço dos últimos 12 anos e falou das políticas de combate à pobreza e à fome, da melhoria da renda da população – resultado da geração de empregos, do aumento do salário mínimo e de um programa de transferência de renda condicionada (Bolsa Família) –, do fortalecimento da agricultura familiar e da merenda escolar.
“Aumentamos a disponibilidade de alimentos com o fortalecimento da agricultura familiar porque são os agricultores quem produzem comida de verdade.” Além dessas políticas, a ministra destacou a importância das compras públicas da agricultura familiar e lembrou que o país tem hoje um mercado potencial para compra de mais de R$ 1,4 bilhão. “Nossa agricultura tem muito para vender e as compras públicas são uma esteira para fortalecer o agricultor familiar”, acrescentou.
Segundo Tereza, o Programa Água para Todos é outra estratégia que contribuiu para que o país reduzisse a situação de fome. Em todo o Semiárido, já são de 1,2 milhão de cisternas construídas. Com o acesso à água, as famílias mais pobres tiveram a oportunidade de produzir mais e vender o excedente.
Outro projeto importante, disse ela, é o Banco Comunitário de Sementes, que garante o acesso a sementes sem modificações genéticas e com maior produtividade. Serão 640 unidades no Semiárido. A estratégia vai beneficiar pelo menos 12,8 mil famílias rurais que fazem parte do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. “O Brasil precisa aumentar a produção e oferta de sementes crioulas. Estamos comprando sementes, mas precisamos do engajamento dos estados e municípios nessa agenda.”
A 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional começou nesta terça (3) e segue até sexta-feira (6), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com a presença de cerca de 2 mil pessoas, entre delegados, convidados, representantes da sociedade civil e observadores internacionais.
Informações sobre os programas do MDS:0800-707-2003mdspravoce.mds.gov.br
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