sexta-feira, 26 Fevereiro, 2016 - 17:15
Rafael Mascarello, 52 anos, é agricultor familiar. No município de Flores da Cunha (RS), junto com a esposa e os dois filhos ele dá sequência à tradição herdada dos avós que vieram da Itália: produzir uvas. Os pais de Rafael também vivem na propriedade e ajudam nos parreirais. Uma família inteira envolvida na produção de uvas orgânicas, doces e suculentas. Toda a produção dos Mascarello é vendida em uma cooperativa, que produz suco orgânico.
O agricultor conta que sempre esteve envolvido com a agricultura familiar. E por se tratar de uma atividade que os pais dele sempre exerceram, resolveu dar continuidade lá mesmo, na mesma propriedade em que nasceu e cresceu. “Meu pai começou aqui nessa propriedade, com alguns parreirais e a gente foi aumentando, de acordo com a necessidade de progredir e permanecer aqui”, diz Mascarello.
E para progredir é preciso investir. Rafael Mascarello afirma que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) foi fundamental para que pudesse dar sequência à tradição da família. “A gente financiou um tratorzinho aqui na propriedade que ajuda muito”, garante ao falar que o equipamento, adquirido em 2008 por meio do Pronaf Mais Alimentos, otimizou e aumentou a produção.
Além do trator, o agricultor familiar também usou o Pronaf Custeio para investir na estrutura de um parreiral de 1,2 hectares. “Eu não tinha todo recurso para fazer a estrutura necessária e o Pronaf nos deu essa possibilidade, e a gente foi atrás e conseguiu”, revela ao salientar que graças aos financiamentos pode ver sua produção aumentar. “Nossa propriedade cresceu, em virtude desses financiamentos, com juros mais baixos. E já estamos pagando”, fala, satisfeito.
Seaf
Este ano, a geada e o grande volume de chuvas prejudicaram e anteciparam a colheita da uva no Rio Grande do Sul. A Região de Flores da Cunha foi uma das mais castigadas no estado. Para se ter ideia, Rafael Mascarello colhe, em uma safra normal, cerca de 180 toneladas e, neste ano, vai colher 70 toneladas.
Mas graças ao Seguro da Agricultura Familiar (Seaf) as perdas serão um pouco amenizadas. É que ao aderir ao Pronaf, o agricultor fez o seguro que é destinado aos agricultores familiares que acessam o financiamento de custeio agrícola vinculado ao Pronaf.
O Seaf foi criado pelo governo federal para que o produtor possa desenvolver sua lavoura com segurança, garantindo renda nos casos de perdas provocadas pelo clima, por exemplo.
Rafael Mascarello explica que antes de aderir ao Seaf, quando a geada atingia os parreirais, era desesperador. “Quando não existia o seguro da produção você levantava de manhã e via a geada branca em cima de toda produção, e você sabendo que aquilo é o seu sustento, o seu investimento, aquilo que você podia ter para o ano, a vontade era de chorar mesmo. Você não se sentia gente,” lembra Mascarello, emocionado, ao falar que numa situação dessas o que restava era rezar para que no ano seguinte fosse diferente.
Planos
Para a próxima safra, Rafael Mascarello quer se precaver. Ele pretende conseguir, via Pronaf, um novo financiamento para investir em um sistema de irrigação por cima dos parreirais. O método, segundo ele, já está sendo usado na região da Serra Gaúcha. “A água fica jorrando devagarzinho, bem leve, por cima”, detalha Rafael ao destacar que com a técnica o broto da uva pode até congelar, mas não queima por dentro, garantindo assim a prosperidade da fruta.
O agricultor familiar é categórico ao falar como o Pronaf mudou a vida dele nos últimos anos, desde que começou a se beneficiar com o Programa. “Tenho absoluta certeza de que a gente ainda está nesse ramo porque oito anos atrás começamos a investir um pouco mais na propriedade, graças a esses créditos que apareceram para o agricultor familiar”.
Adolfo Brito
Ascom/MDA
Ascom/MDA
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