sábado, 16 de fevereiro de 2013

A austeridade eterniza a crise, afirma economista equatoriano


As políticas de austeridade aplicadas hoje na União Europeia para enfrentar a crise financeira só agravam e eternizam o problema em lugar do resolver, assegurou aqui o economista equatoriano Pedro Páez.

Diário Liberdade
120213 austeridade
O superintendente do controle do poder do mercado no país sul-americano declarou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) deve ter abundante literatura sobre seus próprios fracassos, como para propor de novo as mesmas receitas do passado.
Em entrevista a esta agência em ocasião de uma visita a França, Páez afirmou que o caso da Grécia demonstra uma vez mais a inviabilidade das medidas de ajuste experimentadas já durante décadas na América Latina.
No final de 2009 o governo de Atenas reconheceu seu impotabilidade de pagar a avultada dívida externa e reduzir seu déficit fiscal, o qual deu início à denominada crise da eurozona que se estendeu rapidamente a Espanha, Portugal e outros países.
A resposta do bloco foi impor medidas de rigor orçamental, a privatização de empresas públicas e a demissão de trabalhadores estatais a mudança de pacotes de ajuda, o que aumentou o nível de desemprego, sem reduzir as turbulências.
De acordo com o economista equatoriano, agora existem todas as condições para o regradecimento da crise em nível mundial e por isso é necessário achar e fortalecer com urgência mecanismos alternativos.
Na América Latina, disse, conta-se já com inovadoras formas de integração construídas com a criatividade dos povos e a vontade política de seus dirigentes.
"Desde 2007 e graças ao impulso do presidente de Venezuela, Hugo Chávez, abriu-se um horizonte interessantíssimo para desenvolver uma nova arquitetura financeira regional baseada em três pilares fundamentais, um novo banco de desenvolvimento, uma nova moeda e uma alternativa ao FMI", precisou Páez.
O coração de todo este projeto, destacou, é o Banco do Sul, por meio do qual se rompe com a dependência das entidades de crédito e se põe em primeiro plano a soberania continental em matéria de alimentação, educação, infraestrutura e formas de produção diferentes à lógica capitalista.
Estas iniciativas consolidam-se com a criação de organismos como a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América e a União de Nações Sul-americanas.
Agora, com a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, temos a possibilidade de trabalhar em diferentes ritmos geográficos, econômicos e políticos com um objetivo comum, explicou.
Trata-se de modelos de integração diferentes aos existentes na Europa porque estão encaminhados a resolver os problemas dos povos e não os das grandes corporações, concluiu Páez.

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