Maior extensão de floresta tropical da Terra, a floresta Amazônica é fonte de sobrevivência para diversas comunidades locais
Laurence Caramel
Laurence Caramel
O caso de Camarões é bem elucidativo, na opinião dos auditores: o volume de madeira produzida pelo setor informal aumentou dez vezes ao longo dos quinze últimos anos, e hoje equivale ao das grandes concessões voltadas para a exportação. Mas ele alimenta o desmatamento e circuitos financeiros ocultos.
"Análise bem limitada"
O relatório acusam os executivos da instituição de terem superestimado o papel que as concessões industriais poderiam exercer sobre o desenvolvimento. Sobretudo na África. Na Libéria, por exemplo, a estratégia de redução da pobreza elaborada em 2008 apostava em receitas superiores a US$ 100 milhões entre 2007 e 2011. Menos de 10% dessa soma foi atingida.
Finalmente, por não terem sido criados os indicadores certos, foram emitidas sérias dúvidas sobre a capacidade do banco de compreender o desempenho ambiental e social de seus financiamentos.
Esse relatório já está despertando reações exaltadas no exterior. O Greenpeace e o Global Witness comemoraram essas conclusões, pois confirmam os alertas dados por eles ao Banco Mundial há vários anos. As duas ONGs exigem a suspensão dos financiamentos para as concessões industriais.
O trabalho realizado pelos auditores, no entanto, não está livre de críticas. O renomado especialista em sistemas florestais na África Central, Alain Karsenty, considera "pobre a qualidade do relatório". Parte da literatura científica foi ignorada, segundo ele. "A ideia de que o apoio do Banco Mundial à reforma do regime das concessões florestais impediu a eclosão de uma série de empresas artesanais e de florestas comunitárias que teriam tirado as pessoas da pobreza é uma análise bem limitada", critica o pesquisador do Cirad.
Está aberto o debate.
Tradutor: Lana Lim
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