quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Menor crescimento na América Latina e Caribe desacelera a redução da fome e da pobreza



Brasil, Argentina e Paraguai foram os países que tiveram o menor crescimento no ano de 2012.

Santiago do Chile, 05 de fevereiro de 2013 – Um menor crescimento da economia da América Latina e Caribe teve impacto negativo na tendência à redução da fome e da pobreza extrema em 2012, afirma o Boletim Trimestral da Segurança Alimentar e Nutricional da FAO.

A expansão da economia da região em 2012 alcançou 3,1%, índice levemente inferior ao registrado no mundo (3,2% de acordo com o FMI), mas foi um crescimento duas vezes superior ao das economias avançadas. Este crescimento regional representa uma desaceleração de 1,2 pontos percentuais, no ano de 2011, e uma queda de 2,8 pontos no que trata do crescimento observado em 2010.

A América do Sul mostrou um crescimento relativamente igual em seus países, com a maior parte deles exibindo níveis acima de 3,5%. Contudo, Argentina, Brasil e Paraguai são os países que menos cresceram, sendo que o Paraguai teve uma queda de quase 2%. Países como Peru, Chile, Venezuela e Bolívia lideraram a expansão da subregião com crescimentos acima de 5%, e se posicionaram nos primeiros lugares de toda a América Latina e Caribe, somente atrás do Panamá.

Segundo o Boletim,  no Brasil, Argentina, Honduras, México e Uruguai a inflação dos alimentos em 2012 foi maior que em 2011.

Pobreza reduziu levemente, mas a indigência afeta a 66 milhões de pessoas

O Boletim Trimestral (outubro-dezembro 2012) destaca que, resultado do menor crescimento, o número de pobres da América Latina reduziu-se em apenas um milhão de pessoas em 2012.  “ A pobreza extrema segue afetando a 66 milhões de pessoas, 11,4% dos habitantes da região, cifra que não variou em 2011”, explicou Adoniram Sanches, Oficial Principal de Políticas da FAO.

“Isto é um mal sinal para a luta contra a fome, que também viu reduzida sua tendência de queda: entre 2007-9 e 2010-12 a fome foi reduzida em somente um milhão de pessoas, passando de 50 para 49 milhões de pessoas, enquanto que entre os períodos de 2004-6 e 2007-9, caiu quatro milhões, de 54 para 50 milhões de pessoas”, informou Sanches.

Uma das consequências imediatas da desaceleração econômica foi a diminuição no ritmo de redução da pobreza. Se, em 2011, a economia da região cresceu 4,3% e a pobreza foi reduzida em 8 milhões de pessoas (3 milhões das quais deixaram de ser indigentes), em 2012, a pobreza reduziu-se somente em um milhão de pessoas e a situação de indigência não se alterou.

Aumento no preços dos alimentos

Um dos aspectos importantes para explicar esta manutenção no número de pessoas em condição de indigência é o fato de que os preços dos alimentos aumentaram quase 9% em 2012, de forma similar ao ocorrido em 2011,  reduzindo a renda real das pessoas em extrema pobreza,  que destinam uma parcela maior de sua renda para a compra de alimentos. O resto dos bens da economia, como se observou, foi incrementado de forma menor.

“Esta composição da inflação (maior em alimentos do que em outros bens) afeta de forma diferenciada os lares, e tende a prejudicar mais os pobres”, explicou Sanches.  

Menor crescimento na América do Sul

O menor crescimento da economia regional foi resultado, principalmente, da desaceleração da América do Sul, que reduziu sua expansão em quase dois pontos percentuais em 2011e quase quatro em 2010.

A América Central manteve uma expansão acima de 4%, enquanto que o Caribe subiu em  0,7 pontos  até 1,1% em 2012.

Dentro da região, a América Central é a que experimentou um maior crescimento médio em 2012, impulsionado pelo Panamá, que teve 10,5% de incremento da atividade econômica. Os demais países da subregião mostraram níveis iguais ou inferiores a 5% , sendo El Salvador o país com maior expansão (1,2%). 

No Caribe, Belize foi o país de maior crescimento (4,2%), seguido pela Guiana (3,8%) e Bahamas (2,5%). Os demais países tiveram crescimento inferior a 2% , sendo que Jamaica e São Cristóvão e Neves tiveram retrocessos.



Mais informação (em espanhol):
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