terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Retroescavadeiras contribuem para deixar terra mais fértil em Pernambuco


26/02/2013 04:33


Retroescavadeiras contribuem para deixar terra mais fértil em Pernambuco

Foto: Andrea Farias/MDA

Melancia, manga, maracujá, uva, feijão, cebola. Hoje é possível plantar de tudo no Assentamento Boqueirão, em Santa Maria da Boa Vista (PE). Lá, em pleno sertão, o solo é fértil, porém seco. Para melhorar a qualidade da produção, o município passa a contar com sistema de irrigação, propiciado por meio de uma retroescavadeira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Com a ajuda da máquina, 13 famílias de agricultores familiares do Boqueirão conseguiram irrigar seu terreno e melhorar o escoamento de sua produção graças ao trabalho facilitado pela retroescavadeira, doada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Em 2012, foram entregues 1.275 retroescavadeiras em todo o País. Somente este ano já foram doadas cerca de 200 máquinas do total de 3.394 previstas. Menos de um ano após a entrega, os agricultores do assentamento já enxergam as melhorias que o equipamento trouxe.
O agricultor e técnico agrícola, Dnário Barbosa, 33 anos, por exemplo, foi um dos responsáveis por organizar a operação, realizada em abril de 2012. Ele conta que graças ao trabalho da retroescavadeira foram poupados R$ 18 mil do valor total do serviço de irrigação, que seria R$ 43 mil. Ao todo, foram feitos dois mil metros de encanação e a ideia é levar o benefício para todas as famílias de assentados. “Nós não teríamos esse dinheiro. Estaríamos até hoje sem irrigação e, consequentemente, sem produção”, afirma.
O lote de Dnário tem seis hectares que ele divide com outra família. Cada uma ocupa uma área de cerca de dois hectares para plantação. A produção principal é de maracujá, mas o agricultor também planta feijão, cebola e milho, entre outros produtos. “Depois do trabalho da máquina percebi que a maioria das famílias passou a ter mais vontade de plantar, inclusive eu”, ressalta.
Já o agricultor José Vieira dos Santos, 52 anos, tem três hectares de terra. Ele utiliza 1,5 hectare para sua plantação de melancia e cebola. Só de melancia, José chega a produzir 30 toneladas ao ano. “Agora que tem irrigação, a melancia dá o ano inteiro, leva em torno de 65 dias para colher, enquanto isso eu colho cebola”, explica. José adianta que nunca esteve tão feliz quanto agora, pois antes trabalhava para os outros e, atualmente, tem seu próprio negócio. “Hoje sou rico, não de dinheiro, mas como pessoa”, relata.
Utilidade 
De acordo com o secretário de Infraestrutura e Obras do município de Santa Maria da Boa Vista, Marcilon Nunes, a utilidade das máquinas tem sido fantástica. “Com elas, além da irrigação para os assentamentos, já fizemos abertura de valas, estradas vicinais e até a limpeza da cidade”, declara. Santa Maria da Boa Vista, segundo Marcilon, é um dos municípios com maior número de assentamentos no estado. São 45 assentamentos. Desses, 32 são da reforma agrária.
Por intermédio de Dnário, outro assentamento da região se prepara para receber o benefício. Trata-se do Assentamento Aquário, também em Santa Maria da Boa Vista, que tem 58 famílias. “Eles viram o que fizemos aqui e gostaram. Pediram para que eu ajudasse a irrigar lá e ajudei”, conta.
Com o intuito de melhorar ainda mais a produção, José, Dnário e outros agricultores do assentamento deram entrada no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Estiagem. Com a linha de crédito, eles pretendem investir mais, melhorar as plantações e aumentar a renda.

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