07.03.13 - Venezuela
Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
O comandante Hugo Chávez Frías mal pode dar início de fato ao quarto mandato como presidente da Venezuela, quando a batalha contra o câncer o impediu de seguir no comando do país. Como que prevendo a gravidade da sua situação e a incerteza sobre o seu futuro, Chávez teve tempo de nomear oficialmente ao vice-presidente Executivo – seu amigo e companheiro político de longa data – Nicolás Maduro, para ser seu sucessor na liderança da Revolução Bolivariana.
Agora, com a "falta absoluta” do presidente, a Constituição prevê que novas eleições sejam realizadas em até 30 dias. Passando o funeral e o momento de luto, as atenções serão voltadas para a expectativa sobre a escolha do novo presidente da Venezuela.
É sobre isso que o educador e analista político nicaraguense, Ricardo Zúniga Garcia, comenta em entrevista à Adital. Ele afirma que a ‘desaparição física’ de Hugo Chávez certamente causará um impacto ‘muito grande’ à Venezuela e ao continente latino-americano e caribenho, devido à "profundidade humana, a vigência de seu projeto e ao fato de ser um político com profundas raízes populares”.
Mas, apesar deste impacto, o sistema político deixado por ele não deve fracassar como "as forças hegemônicas do capital anunciaram e desejavam, pois as instituições do país estão funcionando normalmente”. "Os mecanismos de sucesso e continuidade do governo estão definidos na Constituição. Maduro assume agora a presidência provisoriamente, como de fato já vinha acontecendo, e uma vez que ele seja candidato, como é previsível, o presidente da Assembleia legislativa, assumirá o governo, até que se obtenham os resultados seguros das eleições”, prevê.
Para ele, na América Latina deve-se sobressair a valorização ‘em diferentes graus de reconhecimento e adesão’ da contribuição deixada por Hugo Chávez, quem sempre lutou pela integração e independência da região, e para isso, foi o principal impulsor da criação de entidades como União das Nações da América do Sul (Unasul), da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (CELAC) e da Alternativa Bolivariana para Nossa América (Alba), além de ter criado a aliança Petrocaribe para fornecer petróleo em condições especiais para países do continente, principalmente para Cuba.
"Em termos do funcionamento da Alba, a Unasul e Celac, é previsível uma certa baixa de perfil da Venezuela pela ausência do carismático condutor de povos. De fato, na Alba, desde a enfermidade do presidente, tem baixado o ritmo de realizações e conquistas concretas. Porém, essa baixa deve ser passageira, já que certamente irão destacando-se novas lideranças em todos os espaços da integração”, analisa, lembrando que em janeiro, Maduro e as principais lideranças do governo venezuelano enfatizaram aos membros da Alba e da Petrocaribe que as políticas estratégicas impulsionadas por Chávez continuam e seguirão fortalecidas.
Para Ricardo, a tendência é que haja um funcionamento mais coletivo na atuação das estruturas políticas do Estado e dos partidos que conformam a aliança de apoio ao governo do PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela), "levando em consideração a ausência física de um líder tão carismático e onipresente como Chávez”.
Ele acredita que a oposição continuará tentando desestabilizar o governo, tratando de evidenciar os problemas que "certamente existem em todo grupo político”. "Porém, pela forma em que a direção do PSUV está atuando, o que é mais possível é que continuem tecendo uma dinâmica de unidade entre todas as forças do chavismo. O mais provável é um novo triunfo do movimento bolivariano, ainda mais rotundo que o de 7 de outubro 2012, levando em consideração, entre outros fatores o grande peso simbólico da figura de Chávez cuja projeção cresce com sua morte”, comenta.
Também é esperado que a população evolua agora com mais consciência ao "melhor do legado de Hugo Chávez e de sua contribuição para o povo”. "Com certeza Hugo Chávez está saindo da vida histórica, para entrar numa nova dimensão onde seguirá sendo guia e inspiração para todos os que almejam e lutam por um mundo fraterno e solidário”, finaliza.
Agora, com a "falta absoluta” do presidente, a Constituição prevê que novas eleições sejam realizadas em até 30 dias. Passando o funeral e o momento de luto, as atenções serão voltadas para a expectativa sobre a escolha do novo presidente da Venezuela.
É sobre isso que o educador e analista político nicaraguense, Ricardo Zúniga Garcia, comenta em entrevista à Adital. Ele afirma que a ‘desaparição física’ de Hugo Chávez certamente causará um impacto ‘muito grande’ à Venezuela e ao continente latino-americano e caribenho, devido à "profundidade humana, a vigência de seu projeto e ao fato de ser um político com profundas raízes populares”.
Mas, apesar deste impacto, o sistema político deixado por ele não deve fracassar como "as forças hegemônicas do capital anunciaram e desejavam, pois as instituições do país estão funcionando normalmente”. "Os mecanismos de sucesso e continuidade do governo estão definidos na Constituição. Maduro assume agora a presidência provisoriamente, como de fato já vinha acontecendo, e uma vez que ele seja candidato, como é previsível, o presidente da Assembleia legislativa, assumirá o governo, até que se obtenham os resultados seguros das eleições”, prevê.
Para ele, na América Latina deve-se sobressair a valorização ‘em diferentes graus de reconhecimento e adesão’ da contribuição deixada por Hugo Chávez, quem sempre lutou pela integração e independência da região, e para isso, foi o principal impulsor da criação de entidades como União das Nações da América do Sul (Unasul), da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (CELAC) e da Alternativa Bolivariana para Nossa América (Alba), além de ter criado a aliança Petrocaribe para fornecer petróleo em condições especiais para países do continente, principalmente para Cuba.
"Em termos do funcionamento da Alba, a Unasul e Celac, é previsível uma certa baixa de perfil da Venezuela pela ausência do carismático condutor de povos. De fato, na Alba, desde a enfermidade do presidente, tem baixado o ritmo de realizações e conquistas concretas. Porém, essa baixa deve ser passageira, já que certamente irão destacando-se novas lideranças em todos os espaços da integração”, analisa, lembrando que em janeiro, Maduro e as principais lideranças do governo venezuelano enfatizaram aos membros da Alba e da Petrocaribe que as políticas estratégicas impulsionadas por Chávez continuam e seguirão fortalecidas.
Para Ricardo, a tendência é que haja um funcionamento mais coletivo na atuação das estruturas políticas do Estado e dos partidos que conformam a aliança de apoio ao governo do PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela), "levando em consideração a ausência física de um líder tão carismático e onipresente como Chávez”.
Ele acredita que a oposição continuará tentando desestabilizar o governo, tratando de evidenciar os problemas que "certamente existem em todo grupo político”. "Porém, pela forma em que a direção do PSUV está atuando, o que é mais possível é que continuem tecendo uma dinâmica de unidade entre todas as forças do chavismo. O mais provável é um novo triunfo do movimento bolivariano, ainda mais rotundo que o de 7 de outubro 2012, levando em consideração, entre outros fatores o grande peso simbólico da figura de Chávez cuja projeção cresce com sua morte”, comenta.
Também é esperado que a população evolua agora com mais consciência ao "melhor do legado de Hugo Chávez e de sua contribuição para o povo”. "Com certeza Hugo Chávez está saindo da vida histórica, para entrar numa nova dimensão onde seguirá sendo guia e inspiração para todos os que almejam e lutam por um mundo fraterno e solidário”, finaliza.
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