sexta-feira, 13 de março de 2015

Associação de mulheres baianas garante renda com venda para o PAA

0  0 
 
 
sexta-feira, 13 Março, 2015 - 16:30
Foto: Ascom/MDA
“Sinto muito orgulho de fazer parte da agricultura familiar.” É assim que a baiana Lídia de Oliveira Silva, 50 anos, define o trabalho no campo. A agricultora mora no município de Riacho de Santana, no sudoeste da Bahia, a 750 km da capital (Salvador), em uma propriedade herdada da família, também agricultores familiares. Lá, ela planta milho, feijão, sorgo, mandioca e hortaliças, que garantem o sustento da família. Além disso, Lídia é atuante em movimento de mulheres e se diz feliz com os resultados.
Em 2006, quando acessou pela primeira vez uma linha de crédito voltada para mulheres do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Pronaf Mulher/ MDA), Lídia conseguiu comprar vacas e ração para alimentá-las. De lá para cá, ela melhorou a vida dela, do marido e das duas filhas. “Elas são a razão do meu viver”, emociona-se.
Atualmente, ela faz parte da Associação de Mulheres Camponesas de Riacho de Santana, que conta com mais de 60 trabalhadoras que fabricam bolos, biscoitos, geleias e doces, usando como matérias-primas mandioca e frutas. Elas vendem seus produtos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que tem o apoio do MDA. “Esse já o quinto projeto que fazemos para o Programa”, orgulha-se Lídia. O que sobra da produção as mulheres vendem em feiras livres do município, garantindo mais renda.
Lídia explica que a Associação é dividida em grupos e que cada um deles é responsável pela produção em um dia da semana. É com esse trabalho que ela garante dinheiro extra em casa. “Essa renda ajuda e muito. Se não fosse esse trabalho da Associação, seria muito mais difícil.”
Seca
O estado baiano tem 69,31% de sua extensão territorial localizada no Semiárido, de acordo com o Censo Demográfico para o Semiárido Brasileiro, de 2010. Dos 417 municípios da Bahia, 266 estão nessa região, que ainda sofre com a intensa seca. Mas isso não desanima Lídia e as companheiras.
“Com a seca que enfrentamos, tem vez que a gente nem planta nem colhe. Então, esse trabalho ajuda as mulheres. Elas se libertaram, porque antes era só dentro de casa, atrás do tanque, cuidando de criança. Hoje, saímos, nos encontramos com outras mulheres. Muitas já viajam, fazem curso, palestra. Esse trabalho nos libertou. É um trabalho muito bom, muito gratificante”, revela.
Liderança na comunidade, Lídia foi convidada a assumir também a coordenação baiana do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). “Sempre gostei de trabalhos que envolvem a comunidade e tive que assumir essas responsabilidades”, explica. 
Mulheres no campo
Lídia garante que muita coisa já foi feita pelas mulheres em todo o País, mas que ainda hoje elas enfrentam dificuldade. “Já alcançamos muitas vantagens, mas ainda há muito que ser feito. Tem hora que o trabalho da mulher não é valorizado, mas eu me sinto muito orgulhosa de ser trabalhadora do campo, de trabalhar na agricultura familiar. Eu me sinto muito feliz.”
Mesmo com as adversidades, Lídia assegura que quer continuar vivendo no campo. “Venho de família de agricultores familiares, minha vida toda foi como agricultora e vou seguir assim até quando eu aguentar. Eu não pretendo sair do campo, não. Eu tenho minha casa, minhas galinhas, tenho ovos, tenho minha mandioquinha, minhas hortaliças, tenho tudo aqui. Eu acho tudo fácil, moro perto da cidade. Acho que meu lugarzinho aqui tá muito bom”, afirma.

>> Ouça aqui o áudio da matéria.

Jalila Arabi
Ascom/ MDA
- See more at: http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/associa%C3%A7%C3%A3o-de-mulheres-baianas-garante-renda-com-venda-para-o-paa#sthash.9tnWSt4v.dpuf

Nenhum comentário:

Postar um comentário