Ninguém discute a
importância do café conilon para a economia do Espírito Santo: da geração de
trabalho e renda, até a sua evolução em termos de pesquisas desenvolvidas. Mas no
caso do conilon é preciso fazer o registro da participação do produtor Eduardo
Glazar, de São Gabriel da Palha, que até recentemente exercia mandatos políticos.
Quando prefeito de São Gabriel da Palha,
Eduardo Glazar, numa atitude silenciosa e produtiva, preparou milhares de mudas
de conilon e as distribuiu, nesta fase os dirigentes do Instituto Brasileiro do
Café (IBC) pretendiam ignorar o café conilon. Eduardo Glazar não permitiu.
Com a sua voz mansa e
com a sua maneira simples de agir, Eduardo Glazar deu muito ao Espírito Santo. Hoje
são milhares de pessoas que vivem do café conilon, tiram dele o seu sustento e
a sua permanência no campo e nas cidades do interior. O sucesso incontestável do
setor comercial de exportação dos capixabas (aqui estão sediadas as maiores e
mais importantes exportadoras de café do Brasil), tem relacionamento direto com
o café conilon que Eduardo Glazar cuidou como se cuida de um filho ainda jovem.
Na época que era
proibido discordar das decisões tomadas nos gabinetes refrigerados, ele soube
dizer não. Mas com grande competência soube trabalhar pela sua idéia de que o
café o conilon era uma boa alternativa.
Se os técnicos do IBC
trabalharam na pesquisa do café conilon e chegaram até a muda clonal de alta
produtividade e logo em seguida o produtor Vanderlino Bastos colocou estas
mudas à disposição dos produtores, a marca de Eduardo Glazar veio antes. Se com
o fim do IBC os técnicos da Emcapa puderam dar um passo importante, ao
colocarem a disposição da sociedade capixaba o conilon com colheita precoce,
intermediária e tardia, antes teve o trabalho de Eduardo Glazar.
A Gazeta,25 de julho
de 1994.
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