– 31 DE MARÇO DE 2008
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Em entrevista na Argentina, historiador fala sobre o eixo EUA-Colômbia, as mudanças em Cuba e a Conselho de Defesa do Sul
(Por MarÃlia Arantes, da redação)
Pouco procurado pela imprensa brasileira, que tem pouco apetite pela profundidade, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira concedeu há dias, ao jornal argentino Clarin, uma entrevista que merece atenção. Eis algumas de suas visões:
> Sobre as causas da incursão colombiana no Equador e os riscos de tensões prolongadas na América do Sul:
A paz interna não interessa elite colombiana, que precisa manter-se em conflito para ganhar com ajuda externa dos EUA. Por isso, o difÃcil prever o fim da instabilidade entre vizinhos, na América do Sul. O ataque à s FARC em território equatoriano teve o aval de Bush e pode estar relacionado com um objetivo geopolÃtico dos EUA: interromper o envolvimento da França (e de Nicolas Sarkozy) na região, visto como sombra à influência de Washington. Além disso, um acordo para liberação de reféns fortaleceria Chávez, que a Casa Branca quer ver pelas costas.
> Sobre o futuro de Cuba:
Moniz Bandeira crê que, não haverá, sob governo Raul Castro, mudança estrutural â mas, sim, um processo gradual de abertura. Conduziria, como na China, a um capitalismo de Estado. Implicaria ampliar a relação da ilha com o Mercosul â em especial o Brasil (a Venezuela seria um parceiro insuficiente).
> Sobre o Conselho de Defesa da América do Sul e as relações Brasil-Argentina
Desde a guerra das Malvinas, os militares brasileiros mudaram seus cenários de guerra. Passaram a enxergar a hipótese de um conflito contra um paÃs mais forte, do âbloco ocidentalâ (porém, do Norte). Isso ampliou a presença militar na Amazônia, que se tornou região muito sensÃvel: qualquer ato hostil pode ser visto como motivo para guerra. Também distensionou as relações com a Argentina, vista então com o oponente mais provável.
A recente iniciativa brasileira, em favor do Conselho de Defesa da América do Sul, reflete o surgimento, na diplomacia, de uma visão sul-americanista. Ele é viável e poderia isolar os EUA, em aliança estratégica com a Colômbia.
 M A I S
Na Biblioteca do Le Monde Diplomatique Brasil, pastas sobre América do Sul,Colômbia, Equador e Venezuela.
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