domingo, 30 de junho de 2013

Exigências sidônias e protestos pró Assir em todo país - LÍBANO


Foto: Mohammed Zaatari

Fouad Siniora, Bahia Rariri, o Prefeito de Sídon, Mohammad Arábia e o Sheik Salim Sousan, estiveram em Baabda na última sexta-feira (28), para entregar ao Presidente Michel Sleiman, um memorando onde era exigida das autoridades libanesas, uma minuciosa investigação sobre os confrontos ocorridos no último final de semana, em Abra. Na sequência, visitaram em Beirute, Naijb Mikati, o Comandante do Exército, Jean Kahwagi, e o Chefe da inteligência do Exército, Edmond Fadel, para pressioná-los com suas reivindicações. 

Siniora questionou o abuso de autoridade do exército, as detenções arbitrárias, e as violações dos direitos humanos sem precedentes, contra civis, de forma jamais vista nem durante os dias da ocupação israelense, sob a alegação de haver supostas ligações dos suspeitos à Ahmad Assir, enquanto partidários do Hezbollah retornavam à cidade, em maior número, mais armados e equipados. 

Siniora e Mikati afirmaram que qualquer ataque contra o exército é visto com repúdio, mas que violações dos direitos humanos, com espancamentos e torturas contra civis, até a morte, são inadmissíveis. Mikati disse ainda, apoiar o exército, mas pediu para que seja colocado um fim rápido e imediato a quaisquer ações ou violações que pudessem ser exploradas, uma alusão subliminar relacionada ao vídeo que surgiu no Youtube esta semana, onde soldados espancaram um homem que havia sido detido em Sídon. 

 "Há os responsáveis pelo ataque contra o exército, que devem ser responsabilizado pelo Poder Judiciário, mas há pessoas inocentes, que nada têm a ver com o que aconteceu, e que não devem ser prejudicadas", acrescentou Mikati. Hariri exigiu que fosse feita uma investigação no caso do sidônio Nader Bayoumi, que foi torturado até a morte pelo exército, durante a repressão contra os partidários do clérigo salafista, afirmando que a violência em Abra o fez recordar o assassinato de Rafik Hariri, onde todo o país estava ameaçado. A família de Nader Bayoumi, de 30 anos, disse que encontraram evidências de "tortura severa" em seu corpo, depois de Bayoumi ter sido entregue a eles, pelos militares. 

Na quinta-feira (27) o exército já havia declarado que uma investigação será feita na magistratura militar, sobre o incidente do vídeo, envolvendo o grupo de soldados. A sexta-feira foi marcada por protestos em todo o país, por manifestantes solidários ao salafista Assir. Desde o inicio da manhã, Beirute, Vale do Bekaa, Trípoli e Akkar estiveram expressando suas indignações relacionadas ao confronto em Abra. Em Beirute, no subúrbio de Al Tariq Jadideh, um protesto realizado e organizado pelo Partido salafista Hizb ut-Tahrir, manifestava sua indignação contra os confrontos ocorridos em Abra. 

Em Sídon, o Mufti Sousan realizou orações na Mesquita Zaatary, e durante seu sermão rejeitou o uso de armas por qualquer partido político, independente de que lado ele pertença, ou sob qualquer nome, porque armas devem ser usadas apenas pelo Estado. Depois da oração, centenas de manifestantes invadiram o complexo de edifícios de Assir no subúrbio de Abra, para entrar na Mesquita que pertence ao pregador controverso, e mesmo o exército lançando uma saraivada de tiros ao ar, não conseguiu deter os 500 manifestantes, entre eles, homens e mulheres, que conseguiram entrar na Mesquita Bilal Bin Rabah. 

As ruas ao redor da Mesquita Zaatary foram fechadas, para acomodar a multidão, que foi assistida por um grande número de soldados da polícia e do exército. Alguns manifestantes na multidão gritavam palavras de ordem contra o Hezbollah e Hassan Nasrallah, e seu aliado iraniano, porque muitos sunitas em todo o Líbano acusaram o Hezbollah de lutar ao lado do exército libanês na batalha contra Assir.

Porém, o exército nega as acusações, afirmando que eles lutaram sozinhos. Fouad Siniora também participou das orações, e prometeu ao Mufti Sousan, pressionar as autoridades a investigar os confrontos de Abra, inclusive o vídeo que surgiu no Youtube, que mostra os soldados do exército espancando um detido civil, desarmado. 


Em Trípoli, homens armados tomaram as ruas da cidade, disparando suas armas ao ar, bloqueando a estrada litorânea que liga a estrada velha de Trípoli a Beirute, na área de Al-Behsas, onde diversos lojistas foram obrigados a fechar suas portas. Os sons das metralhadoras ecoaram em todo o norte da cidade. 

Os manifestantes bloquearam também, a rodovia internacional de Trípoli a Beirute, na área do resort de Palma, disparando tiros ao ar, enquanto outros manifestantes bloqueavam a rodovia rotatória na Al-Salam, na entrada de Trípoli. 

O exército entrou em alerta na área de Al-Rifaiyeh, acrescentando que os tiroteios irromperam em diversas áreas de Trípoli, quando os manifestantes substituíram a foto de Saad Hariri, na Praça Al-Nour, pela foto de Ahmad Assir.

Jornalistas de vários jornais foram perseguidos ou atacados por manifestantes
nos protestos em Sídon, e em Trípoli, a rede de TV MTV foi impedida de cobrir os protestos. 









Claudinha Rahme 
Gazeta de Beirute


Leia Mais: http://www.gazetadebeirute.com/2013/06/exigencias-sidonias-e-protestos-pro.html#ixzz2XkrMdMe7
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Foto: Mohammed Zaatari

Fouad Siniora, Bahia Rariri, o Prefeito de Sídon, Mohammad Arábia e o Sheik Salim Sousan, estiveram em Baabda na última sexta-feira (28), para entregar ao Presidente Michel Sleiman, um memorando onde era exigida das autoridades libanesas, uma minuciosa investigação sobre os confrontos ocorridos no último final de semana, em Abra. Na sequência, visitaram em Beirute, Naijb Mikati, o Comandante do Exército, Jean Kahwagi, e o Chefe da inteligência do Exército, Edmond Fadel, para pressioná-los com suas reivindicações. 

Siniora questionou o abuso de autoridade do exército, as detenções arbitrárias, e as violações dos direitos humanos sem precedentes, contra civis, de forma jamais vista nem durante os dias da ocupação israelense, sob a alegação de haver supostas ligações dos suspeitos à Ahmad Assir, enquanto partidários do Hezbollah retornavam à cidade, em maior número, mais armados e equipados. 

Siniora e Mikati afirmaram que qualquer ataque contra o exército é visto com repúdio, mas que violações dos direitos humanos, com espancamentos e torturas contra civis, até a morte, são inadmissíveis. Mikati disse ainda, apoiar o exército, mas pediu para que seja colocado um fim rápido e imediato a quaisquer ações ou violações que pudessem ser exploradas, uma alusão subliminar relacionada ao vídeo que surgiu no Youtube esta semana, onde soldados espancaram um homem que havia sido detido em Sídon. 

 "Há os responsáveis pelo ataque contra o exército, que devem ser responsabilizado pelo Poder Judiciário, mas há pessoas inocentes, que nada têm a ver com o que aconteceu, e que não devem ser prejudicadas", acrescentou Mikati. Hariri exigiu que fosse feita uma investigação no caso do sidônio Nader Bayoumi, que foi torturado até a morte pelo exército, durante a repressão contra os partidários do clérigo salafista, afirmando que a violência em Abra o fez recordar o assassinato de Rafik Hariri, onde todo o país estava ameaçado. A família de Nader Bayoumi, de 30 anos, disse que encontraram evidências de "tortura severa" em seu corpo, depois de Bayoumi ter sido entregue a eles, pelos militares. 

Na quinta-feira (27) o exército já havia declarado que uma investigação será feita na magistratura militar, sobre o incidente do vídeo, envolvendo o grupo de soldados. A sexta-feira foi marcada por protestos em todo o país, por manifestantes solidários ao salafista Assir. Desde o inicio da manhã, Beirute, Vale do Bekaa, Trípoli e Akkar estiveram expressando suas indignações relacionadas ao confronto em Abra. Em Beirute, no subúrbio de Al Tariq Jadideh, um protesto realizado e organizado pelo Partido salafista Hizb ut-Tahrir, manifestava sua indignação contra os confrontos ocorridos em Abra. 

Em Sídon, o Mufti Sousan realizou orações na Mesquita Zaatary, e durante seu sermão rejeitou o uso de armas por qualquer partido político, independente de que lado ele pertença, ou sob qualquer nome, porque armas devem ser usadas apenas pelo Estado. Depois da oração, centenas de manifestantes invadiram o complexo de edifícios de Assir no subúrbio de Abra, para entrar na Mesquita que pertence ao pregador controverso, e mesmo o exército lançando uma saraivada de tiros ao ar, não conseguiu deter os 500 manifestantes, entre eles, homens e mulheres, que conseguiram entrar na Mesquita Bilal Bin Rabah. 

As ruas ao redor da Mesquita Zaatary foram fechadas, para acomodar a multidão, que foi assistida por um grande número de soldados da polícia e do exército. Alguns manifestantes na multidão gritavam palavras de ordem contra o Hezbollah e Hassan Nasrallah, e seu aliado iraniano, porque muitos sunitas em todo o Líbano acusaram o Hezbollah de lutar ao lado do exército libanês na batalha contra Assir.

Porém, o exército nega as acusações, afirmando que eles lutaram sozinhos. Fouad Siniora também participou das orações, e prometeu ao Mufti Sousan, pressionar as autoridades a investigar os confrontos de Abra, inclusive o vídeo que surgiu no Youtube, que mostra os soldados do exército espancando um detido civil, desarmado. 


Em Trípoli, homens armados tomaram as ruas da cidade, disparando suas armas ao ar, bloqueando a estrada litorânea que liga a estrada velha de Trípoli a Beirute, na área de Al-Behsas, onde diversos lojistas foram obrigados a fechar suas portas. Os sons das metralhadoras ecoaram em todo o norte da cidade. 

Os manifestantes bloquearam também, a rodovia internacional de Trípoli a Beirute, na área do resort de Palma, disparando tiros ao ar, enquanto outros manifestantes bloqueavam a rodovia rotatória na Al-Salam, na entrada de Trípoli. 

O exército entrou em alerta na área de Al-Rifaiyeh, acrescentando que os tiroteios irromperam em diversas áreas de Trípoli, quando os manifestantes substituíram a foto de Saad Hariri, na Praça Al-Nour, pela foto de Ahmad Assir.

Jornalistas de vários jornais foram perseguidos ou atacados por manifestantes
nos protestos em Sídon, e em Trípoli, a rede de TV MTV foi impedida de cobrir os protestos. 









Claudinha Rahme 
Gazeta de Beirute


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