Perguntas e respostas sobre um movimento que está mudando a cena do país – e cujo futuro, aberto, será decidido também por você
Por Antonio Martins | Imagem: Pirikart
4. Por que a tentativa de capturar os protestos é frágil e pode ser vencida?
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Leia também:
1. É possível falar em “Primavera Brasileira”?
2. Há no ar uma tentativa de golpe antidemocrático?
3. Como foi possível converter manifestações autônomas por direitos em territórios de preconceitos e violência?
5. Que temas permitem retomar uma pauta de direitos e transformações?
6. Que são as Assembleias Populares e como elas podem preparar uma nova fase da mobilização?
7. Que revela a postura de Dilma e como os movimentos podem tirar proveito dela?
8. Por que o Brasil estará diante de uma encruzilhada, nos próximos meses? Que papel jogará a mobilização social ?
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6. Que são as Assembleias Populares e como elas podem preparar uma nova fase da mobilização?
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8. Por que o Brasil estará diante de uma encruzilhada, nos próximos meses? Que papel jogará a mobilização social ?
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Os conservadores não desejavam, nem convocaram os protestos. Apropriaram-se momentaneamente deles, usando seu peso e poder. Mas têm muito a temer. Se a agenda dos direitos continuar a se difundir, e se o espaço horizontal das ruas continuar a ser experimentado pelas multidões, logo entrarão em pauta temas que exigirão as mudanças sociais “perigosas” – muito mais profundas que as realizadas nos últimos anos.
Para isso, é necessário um esforço: romper a barreira da crítica genérica à “corrupção” e ao “poder”. Passar deste discurso ingênuo e no fundo inofensivo para a concretude das mudanças sociais; das cidades (e sociedades) para todos; da redistribuição de riquezas. É um passo árduo: exige enfrentar a avalanche da mídia em favor de conceitos massificantes e mistificadores, como “o gigante acordou”. Implica propor questões incomuns, porém de extrema potência: “quem é o gigante”? “quem se apropria da riqueza que ele produz”? “como torná-las de todos”?
É preciso notar que a dinâmica do debate nacional mudou. Nos últimos dez anos, nos acostumamos a uma disputa de visões de país permanente, porém de baixa intensidade. De repente, isto ficou para trás. A agressividade que os conservadores demonstraram, sua disposição de convocar tanto a violência policial extrema (como em São Paulo, em 14/6) quanto os skinheads não deve deixar dúvidas sobre o que está em jogo. Ao menos nesse momento, o antídoto eficaz contra o golpismo não é a moderação – é tornar mais concreta, e mais profunda, a agenda de direitos para todos.
(continua)
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