domingo, 17 de abril de 2016

Comer bem para aprender mais

Foto: Igorh Martins
Pesquisas comprovam que a alimentação escolar é a maior aliada do aprendizado
 Nutricionistas de todo o Brasil já há algum tempo substituíram a expressão "merenda escolar" por "alimentação escolar". Muito além de um lanche, as escolas hoje têm a obrigação de oferecer uma alimentação reforçada que garantam mais saúde e melhoria no desempenho escolar das crianças. A mudança veio com a confirmação científica de que uma alimentação balanceada influência diretamente no processo de aprendizagem. 
 
Segundo o especialista em desenvolvimento infantil, Marcos Davi dos Santos, muitas famílias hoje confundem a obesidade infantil como algo positivo e, na verdade, mesmo acima do peso, a maioria apresenta quadro de desnutrição por conta da má alimentação. O especialista reforça que é necessário, por meio da educação alimentar na escola e em casa, combater não só a desnutrição, mas também a obesidade infantil. 
 
“Hoje em dia, há um enorme número de crianças obesas. Isso não quer dizer, necessariamente, que elas estejam bem nutridas, porque consomem excessivamente as chamadas calorias vazias, como salgadinhos e refrigerantes. A escola contribui muito nesse processo, porque há um cuidado todo especial na hora de formular e preparar a merenda das crianças”, disse o especialista. 
 
Hoje, a Prefeitura de Boa Vista sabe bem a importância de seguir as recomendações do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Conforme o programa, o cardápio deve suprir, no mínimo, 30% das necessidades nutricionais diárias dos alunos das escolas rurais e indígenas, 15% das necessidades dos alunos matriculados na área urbana e 70% das crianças em regime integral nas creches. 
 
A equipe de nutrição da Secretaria Municipal de Educação realiza visitas periódicas às unidades, organizam o cardápio escolar e acompanham o preparo da merenda em busca da qualidade na alimentação das crianças, observando as peculiaridades das faixas etárias. Além disso, a equipe realiza ações de conscientização junto aos alunos por meio de palestras. A meta para este ano é buscar expandir estas ações também aos familiares. 
 
Alimentação para a aprendizagem, estudos comprovam 
 
“Bons níveis educacionais também são resultados de alunos bem alimentados e aptos a desenvolver todo o seu potencial de aprendizagem (...) Na atualidade, observa-se grande preocupação com o sobrepeso e a obesidade em crianças, justamente porque a carência nutricional pode interferir na disposição física e mental dos jovens”, este é um pequeno trecho de um artigo intitulado “Merenda Escolar e o Reflexo no Ensino-aprendizagem na Educação Infantil”,  publicado em 2014 pelo Instituto Saber de Ciências Integradas, do Mato Grosso, e que representa bem a importância de se alimentar bem para aprender melhor. 
 
São inúmeros estudos que comprovam essa relação. Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelou que a alimentação escolar é considerada a principal refeição do dia para 56% dos alunos da Região Norte e para 50% dos alunos da Região Nordeste. 
 
Além do papel na escola, a nutricionista da Secretaria Municipal de Educação (Smec) reforçou que muitos dos hábitos alimentares são aprendidos em casa. Nesse sentido, não adianta a criança comer bem na escola e comer só “besteira” fora dela. “O exemplo dos pais influencia diretamente no modo como as crianças lidam com a própria alimentação. O comportamento alimentar de uma pessoa é formado exatamente na infância e os pais devem dar uma atenção especial naquilo que os filhos estão consumindo”, destacou Talita Nascimento.

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