No final do ano de 1962 a minha família saiu do Alegre e foi para Castelo. Meu pai era funcionário da Receita Federal e gostava de mudar, parecia um nomade do deserto.
Em Castelo meu pai reencontrou um velho amigo, que anos antes havia sido mascate com ele. Rodopho Albuquerque Reis era comerciante estabelecido e tinha a loja Castelo, que vendia tecidos, calçados e roupas prontas. Na época eu devia 13 anos e sempre depois da aula ia para a loja de Rodolpho.
Rodolpho e meu pai Manuel mascateavam por toda região do Caparaó ( Muniz Freire e Iúna). Este tempo acabou ficando registrado por Rodolpho num livro que ele denominou "O Diário de dois mascates". Ele me contou que o seu sogro Salles Morais sempre mostrava os originais às pessoas que o visitavam.
Seu Rodolpho não gostava muito da situação. Um dia resolveu colocar um ponto final na situação: queimou o que havia escrito. Certamente havia muitas histórias de dois grandes amigos. Hoje temos uma lacuna na história do comércio dos mascates. Tentar recuperar algumas histórias dos dois mascates é uma meta e objetivo que tenho pactuado com a memórias de meu pai e seu Rodolpho.
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