terça-feira, 7 de agosto de 2012

GLOBO RURAL: Presidente da Cooxupé fala das ações para transformar a cooperativa na empresa de café verde mais competitiva do mundo




Qualidade superior

 
 
 

Com um café naturalmente doce, o Brasil ganha espaço do colombiano nos blends sofisticados

por Luciana Franco
 Foco na liquidez dos associados
Presidente da Cooxupé fala das ações para transformar a cooperativa na empresa de café verde mais competitiva do mundo
Globo Rural > O Brasil investiu na melhoria da qualidade nos últimos anos?
Carlos Paulino da Costa>
 Investiu bastante, tanto que, em algumas fazendas, já não existe sazonalidade entre as safras. É o bolso que dá a diretriz ao sujeito. E, quando o café bom começou a ser melhor remunerado, o produtor investiu na qualidade, pois a diferença de preço entre um café de alta qualidade e um café “commodity” compensa o investimento. Em época de queda, o preço do produto de qualidade cai menos.

GR> O que o produtor faz quando o preço do café está bom?
Paulino >
 Depende muito. Uns compram carro, outros reformam a casa, outros compram terra, outros colocam o dinheiro no banco e há os que não vendem o café, apostando em altas ainda maiores. O pequeno produtor – que representa 84% dos associados da cooperativa – não tem conta em banco e o dinheiro dele é o café que está estocado na cooperativa. Nosso crescimento se deve à confiança que o produtor tem na entidade. Ele entrega o produto aqui e vende quanto e quando quer.

GR> Existem novidades na área de produção?
Paulino>
 A cooperativa está investindo em melhoria de processos e redução de custo e terminou, no ano passado, a construção do Complexo do Japi, que recebe o café a granel, uma novidade que reduz tanto o custo da cooperativa quanto o do produtor, que só com a saca gastava R$ 5 por unidade. Nesta safra, todo o recebimento da cooperativa está sendo feito a granel e o pequeno produtor foi o que mais rapidamente aderiu. Nossa ideia é transformar a cooperativa na mais competitiva empresa de café verde do mundo.

GR> O Brasil é um fornecedor confiável?
Paulino>
 O Brasil é hoje um país muito fácil para se fazer negócio. A Nicarágua, por exemplo, é muito burocrática; o Vietnã, volta e meia, cancela um negócio. O Brasil é reconhecido por cumprir seus contratos. As torrefadoras só não vão comprar daqui se houver alguma boa vantagem em outro lugar, como preço muito melhor ou qualidade maior. Quem tem grandes volumes de negócios para realizar precisa ter o Brasil como fornecedor.

GR> Como é o consumo no mercado interno?
Paulino>
 Começamos a ter uma experiência boa de consumo interno. Temos uma pequena torrefação e tentávamos há tempos fazê-la crescer. Como o capital de giro de muitas empresas diminuiu nos últimos meses, aproveitamos a oportunidade e ampliamos a venda para 7.000 sacas de torrado e moído no mercado regional, o que é uma excelente performance, pois fazíamos 3.500 sacas por mês. Não queremos concorrer com nossos clientes, mas, à medida que encontrarmos oportunidades, vamos encaixar o produto regionalmente. Nossa obsessão é dar liquidez para nossos associados.

GR> A Cooxupé é a maior cooperativa de café do mundo. Esse status garante que ela vende o melhor café do mundo?
Paulino>
 Vendemos para os clientes mais exigentes e participamos de todos os grandes mercados mundiais, mas não conseguimos atender a nichos. A Cooxupé tem facilidade de originar produto e de fazer negócio, e o objetivo da cooperativa é obter o melhor preço para os mais de 5 milhões de sacas que comercializamos por ano.
Visualizar |   |   Comentar     |       

Nenhum comentário:

Postar um comentário