quinta-feira, 27 de junho de 2013

Aos 126 anos, IAC lança no mercado sua milésima cultivar



Aos 126 anos, IAC lança no mercado sua milésima cultivar
Trata-se da nona geração do feijão carioca desenvolvido pelo instituto na década de 70 

 
Por Fernando Lopes | De São Paulo
Fundado em 1887 pelo Imperador D. Pedro II, o Instituto Agronômico deCampinas (IAC), vinculado à Secretaria da Agricultura de São Paulo, completa hoje 126 anos e apresenta amanhã sua milésima cultivar, uma marca superada até agora no Brasil apenas pela estatal federal Embrapa.
Fruto de pesquisas realizadas desde 2007 com recursos do governo paulista, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a IAC Milênio é uma cultivar de feijão mais produtiva e resistente à antracnose, doença que afeta folhas e vagens, e à murcha de Fusarium, que golpeia as raízes.
A resistência à murcha de Fusarium, que pode provocar a morte da planta, é o "pulo do gato" da Milênio, uma vez que a cultivar de feijão carioca considerada padrão de mercado, a IAC Alvorada, não tem tal característica. Isso limita sua produção a áreas novas de plantio e a propriedades de alta tecnologia.
Figura fácil no prato do brasileiro, o carioca é um tipo de feijão desenvolvido pelo IAC nos anos 70, e a cultivar Milênio é sua 9ª geração. Ao todo, o instituto já desenvolveu mais de 40 cultivares de feijão, o que inclui a leguminosa na lista de culturas com maior número de cultivareslançadas pelo IAC, ao lado de café, pêssego, videira, arroz, cana e seringueira.
Todas resultados de pesquisas que fortalecem os bancos de germoplasma do instituto, como os de café e de cana - e este último servirá como base para um novo banco com variedades de todo o mundo.
"Trabalhamos com mais de 100 culturas, e não podemos fugir desse perfil. Nossa missão é gerar e transmitir tecnologia para diversas cadeias produtivas. Mas também conseguimos aproveitar as boas oportunidades que há no mercado", diz Sérgio Augusto Morais Carbonell, diretor-geral do IAC desde março.
O desenvolvimento de cada cultivar do IAC custa, em média, R$ 1 milhão. No total, incluindo fontes públicas e parcerias com grupos privados, o instituto trabalhará com um orçamento de quase R$ 60 milhões em 2013, para todos os fins. O Estado de São Paulo entrará com pouco menos de R$ 30 milhões, e as captações externas completarão o bolo.
Essas captações externas, em agências de fomento como Fapesp e CNPq ou por meio de parcerias com a iniciativa privada, também incluem receitas obtidas com a venda de serviços e insumos, que poderão somar R$ 1,5 milhão em 2013. A produção de "sementes genéticas" vendidas pelo IAC aos multiplicadores, por exemplo, deverá chegar a 350 toneladas este ano.
A Milênio é a 20ª cultivar que será lançada pelo IAC apenas em 2013. Segundo Carbonell, outras dez deverão sair do forno neste ano - de cana, amendoim, citros, arroz e quiabo -, ante um total de 31 no ano passado e 14 em 2011.
Nos números aparece algo fundamental em órgãos públicos de pesquisa como o IAC: quiabo, açucena, marmelo, repolho, caruru e triticale, entre outras culturas do portfólio do instituto que não estão entre as prioridades de grandes multinacionais de pesquisas agrícolas, têm que continuar sendo melhoradas para agradar aos paladares e manter a competitividade na "disputa" por áreas de plantio com outras culturas.
As cultivares desenvolvidas pelo IAC são resultado de melhoramento convencional, mas o instituto, que conta hoje com 165 pesquisadores, também desenvolve pesquisas com transgênicos, especialmente nas áreas de citros e cana-de-açúcar.
 
Revista Cafeicultura
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