Os autores concluíram que os alunos que caminham 15 minutos, em relação aqueles que não o fazem, melhoram o desempenho escolar porque o exercício, além de se tornar um hábito saudável e diário, estimula suas funções cognitivas. Isso contribui para que se tornem mais ativos no restante do dia e, consequentemente, em sala de aula.
Na adolescência a plasticidade do cérebro é maior do que qualquer outro período da vida, por isso, é importante estimular atividades físicas nessa fase. “Os adolescentes que não praticam exercícios, como caminhar ou pedalar, acabam tendo menos estímulos, que são necessários para melhorar sua aprendizagem e desempenho acadêmico”, disseram os investigadores da pesquisa ao ABC.es.
Para chegar a essa conclusão, os investigadores estudaram variáveis ​​relativas ao deslocamento dos jovens até a escola, como ir à pé, carro, ônibus, moto, entre outros, e quanto tempo gastavam. Além das variáveis ​​antropométricas – como o índice de massa corporal, o percentual de excesso de peso e obesidade. Avaliaram também as atividades extracurriculares realizadas pelos estudantes, assim como os dados socioeconômicos e o grau de escolaridade dos alunos e de suas famílias.
Em seguida, para medir o desempenho cognitivo desses alunos, os pesquisadores usaram a versão de um teste espanhol que mede a proficiência na língua, a velocidade em realizar cálculos matemáticos e capacidade de raciocínio.
De Bike
A pouco mais de 2.500 km de distância da Espanha, outra pesquisa – a Danish Science Week – realizada em 2012 por pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, revelou que as crianças que vão à pé ou de bicicleta à escola se mostravam com mais concentração na realização de tarefas escolares.
O estudo analisou cerca de 20 mil crianças, de cinco a 19 anos, e concluiu que ao caminhar ou pedalar ao local onde estudavam, as crianças apresentavam mais facilidade, em comparação àquelas que iam deautomóvel, de montar um quebra-cabeça, por exemplo.
Segundo os pesquisadores, as boas implicações da caminhada ou pedalada perduram nas crianças por até quatro horas depois do exercício físico. Ainda de acordo com a pesquisa aquelas que não vão de carro ou ônibus têm uma relação mais íntima com os arredores dos bairros onde vivem, já que os conhecem melhor as paisagens do que aqueles que pegam caronas com seus pais. Isso permite, por exemplo, que, ao longo dos anos, as crianças e os jovens não se tornem tão dependentes dosautomóveis.