FMI admite 'estragos' causados por austeridade na Grécia
Políticas de austeridade acabaram por conduzir a Grécia a uma recessão sem fim à vista, reconhece o Fundo Monetário Internacional num documento sigiloso citado pelo 'The Wall Street Journal'. O organismo liderado por Christine Lagarde admite ainda que a dívida grega não era sustentável.
Esquerda.net
O Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu terem sido cometidos graves erros, durante os últimos três anos, na forma como a troika lidou com a crise grega, noticia o 'The Wall Street Journal'.
Num documento interno marcado como “extremamente confidencial”, citado pelo jornal nova iorquino, o FMI diz que subestimou os “estragos” que as medidas de austeridade iriam causar na economia grega, mergulhada numa recessão nos últimos seis anos.
O FMI afirma também que desrespeitou as suas próprias regras para que a dívida crescente da Grécia parecesse sustentável e que, em retrospectiva, o país falhou em três dos quatro critérios estipulados para poder ser qualificado para a intervenção externa.
Ainda que, nos últimos três anos, vários representantes do FMI, entre os quais a sua diretora geral, Christine Lagarde, tenham repetidamente afirmado que o nível de dívida do país era “sustentável”, o documento diz que a incerteza em torno da Grécia “era tão significativa que os técnicos não eram capazes de dar garantias de que a dívida teria grande probabilidade de ser sustentável”.
O relatório, que, segundo o 'The Wall Street Journal', deverá ser parcialmente divulgado até ao fim desta semana, assume também que o fundo foi demasiado optimista no que diz respeito às perspectivas do governo grego sobre o regresso ao mercado financeiro e à sua capacidade política para implementar as condições previstas no memorando, assim como sugere que o maior beneficiário da intervenção de 2010 não foi propriamente a Grécia, mas sim a Zona Euro.
A intervenção na Grécia é descrita, na realidade, como uma “operação de contenção” que “deu à zona euro tempo para construir uma firewall para proteger outros membros vulneráveis e evitar potenciais efeitos severos na economia global”.
O FMI critica o atraso na reestruturação da dívida grega, que só veio a ter lugar em maio de 2012, sublinhando, contudo, que era “politicamente difícil” realizar essa operação com maior antecedência, devido à resistência de alguns países da zona do euro cujos bancos detinham uma grande quantidade de dívida do governo grego.
O fundo assume que a sua análise sobre o futuro desenvolvimento da dívida estava errado “por uma larga margem” e frisa que apenas após 18 meses depois do início da intervenção foram revistas as metas e as projeções macroeconômicas estipuladas, que estavam completamente desfasadas da realidade grega.
Sobre a Comissão Europeia, a organização adianta que a mesma "tem tido sucesso limitado na implementação [das condições associadas aos empréstimos]”, mas “não tem experiência na gestão de crises", e que a CE está mais preocupada com o "cumprimento das regras da União Europeia do que com o impacto no crescimento econômico" e "não foi capaz de contribuir muito para identificar reformas estruturais potenciadoras de crescimento".
Num documento interno marcado como “extremamente confidencial”, citado pelo jornal nova iorquino, o FMI diz que subestimou os “estragos” que as medidas de austeridade iriam causar na economia grega, mergulhada numa recessão nos últimos seis anos.
O FMI afirma também que desrespeitou as suas próprias regras para que a dívida crescente da Grécia parecesse sustentável e que, em retrospectiva, o país falhou em três dos quatro critérios estipulados para poder ser qualificado para a intervenção externa.
Ainda que, nos últimos três anos, vários representantes do FMI, entre os quais a sua diretora geral, Christine Lagarde, tenham repetidamente afirmado que o nível de dívida do país era “sustentável”, o documento diz que a incerteza em torno da Grécia “era tão significativa que os técnicos não eram capazes de dar garantias de que a dívida teria grande probabilidade de ser sustentável”.
O relatório, que, segundo o 'The Wall Street Journal', deverá ser parcialmente divulgado até ao fim desta semana, assume também que o fundo foi demasiado optimista no que diz respeito às perspectivas do governo grego sobre o regresso ao mercado financeiro e à sua capacidade política para implementar as condições previstas no memorando, assim como sugere que o maior beneficiário da intervenção de 2010 não foi propriamente a Grécia, mas sim a Zona Euro.
A intervenção na Grécia é descrita, na realidade, como uma “operação de contenção” que “deu à zona euro tempo para construir uma firewall para proteger outros membros vulneráveis e evitar potenciais efeitos severos na economia global”.
O FMI critica o atraso na reestruturação da dívida grega, que só veio a ter lugar em maio de 2012, sublinhando, contudo, que era “politicamente difícil” realizar essa operação com maior antecedência, devido à resistência de alguns países da zona do euro cujos bancos detinham uma grande quantidade de dívida do governo grego.
O fundo assume que a sua análise sobre o futuro desenvolvimento da dívida estava errado “por uma larga margem” e frisa que apenas após 18 meses depois do início da intervenção foram revistas as metas e as projeções macroeconômicas estipuladas, que estavam completamente desfasadas da realidade grega.
Sobre a Comissão Europeia, a organização adianta que a mesma "tem tido sucesso limitado na implementação [das condições associadas aos empréstimos]”, mas “não tem experiência na gestão de crises", e que a CE está mais preocupada com o "cumprimento das regras da União Europeia do que com o impacto no crescimento econômico" e "não foi capaz de contribuir muito para identificar reformas estruturais potenciadoras de crescimento".
Fotos: Esquerda.net
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