Safras
O Vietnã, maior produtor mundial de robusta, planeja replantar 95 milhões de árvores de café geriátricas no primeiro programa de substituição sistemática de plantas do país. O processo cortaria futuras exportações e apertaria ainda mais um mercado que a seca do Brasil já impulsionou recentemente.
A falta de chuvas no Brasil, que produz aproximadamente um terço de todo o café mundial - e mais da metade dos grãos arábica, usados para fazer bebidas gourmet e de maior qualidade - diminuiu o tamanho da safra deste e, provavelmente, do próximo ano. Agora, o Vietnã também projeta uma grande queda na próxima colheita e nas colheitas posteriores, porque as plantações de mais idade e o clima seco podem diminuir o rendimento das lavouras.
Adicionando ainda mais incertezas à oferta, o fenômeno climático El Niño tem potencial para erodir ainda mais os suprimentos no Vietnã e na Indonésia - assim como no Brasil.
A produção de robusta do Vietnã no ciclo 2014/15, que começa em outubro, deve ficar entre 15% e 20% abaixo da safra atual, estimada em 1,3 milhão de toneladas. As exportações na safra atual, por sua vez, devem ficar abaixo do ano-safra 2012/13.
O secretário geral da Associação de Cacau e Café do Vietnã (Vicofa, na sigla em inglês), Nguyen Viet Vinh, disse que o país deve passar por um processo em longo prazo de substituição de plantas velhas, o que, combinado com o clima seco atual, vai prejudicar a safra cafeeira.
O país asiático exporta aproximadamente 90% dos grãos que produz, e os estoques menores podem formar "buracos" de longo prazo na oferta mundial. O Vietnã já exportou 1,1 milhão de toneladas de café da temporada atual, restando uma quantidade pequena para embarcar - estimada em torno de 200.000 toneladas. As informações são de agências internacionais.
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