Brasília (10/03/2016) - Os produtores rurais brasileiros continuam expandindo a
tomada de crédito para custeio na safra 2015/2016. De julho de 2015 (início do
ano-safra) a fevereiro de 2016, houve crescimento de 19% no volume
contratado da modalidade em relação ao mesmo período anterior, totalizando
R$ 57,9 bilhões. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (10) pelo secretário
de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
André Nassar, durante entrevista coletiva, com a presença da ministra Kátia Abreu.
Os empréstimos tomados pelos agricultores de julho a fevereiro – incluídos
custeio, comercialização e investimento – somaram R$ 87,816 bilhões. Este
valor que representa 47% do total disponibilizado pelo governo federal, de R$ 187,7
bilhões, de acordo com dados do Sistema de Operações do Crédito Rural e do
Proagro (Sicor), do Banco Central.
Somente o custeio respondeu por 65% dos recursos já contratados, num total
de 330,9 mil operações (incluídos grandes e médios produtores). O volume
tomado pelos produtores saltou de R$ 48,6 bilhões de julho a fevereiro da safra
passada para R$ 57,9 bilhões. Os recursos de custeio são usados, por exemplo,
para compra de insumos, plantio, tratos culturais e colheita.
Juros controlados
Nassar destacou o aumento de 67% nas operações de custeio e comercialização a
juros livres, que passam de R$ 6 bilhões (de julho de 2014 a fevereiro de 2015)
para R$ 9 bilhões no mesmo período desta safra.
“A decisão do governo de colocar mais recursos a juro livre é muito importante para
o produtor. A despeito do dinheiro não ter o juro controlado, ele é carimbado, ou
seja, o banco tem que usar para financiar a agricultura”, ressaltou o secretário.
Houve também aumento de 15,2% nos valores contratos para custeio e comercialização
a juros controlados. Do total de R$ 96,5 bilhões disponibilizados para essa modalidade,
65% já foram contratados.
Ainda merece destaque o desempenho das Letras de Crédito do Agronegócio
(LCA), que já acumulam R$ 3 bilhões contratados. “Em fevereiro, as LCAs
deram uma arrancada. Nos relatórios anteriores, nós falávamos em menos de
R$ 2 bilhões e agora já temos R$ 3 bilhões. Com certeza, teremos boas surpresas
daqui para frente”, afirmou.
Apesar do crédito para investimentos ter caído 34%, Nassar destacou que há uma
recuperação da demanda. “Nos balanços anteriores, nós detectamos queda
de 45% no investimento, ou seja, está havendo recuperação da demanda por
investimento no primeiro semestre”, explicou o secretário. Ele acrescentou que,
em momento de ajuste fiscal, é natural que os produtores demandem menos
recursos para investimento.
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