17 ABRIL DE 1990
Vinte e dois anos são passados e muitas mãos
construíram o mais autentico movimento educacional do Espírito Santo.
Foram anos de luta e de trabalho. Anos de trabalho
anônimo, de pessoas que nunca mediram esforços, não mediram o dia e a noite,
era o Mepes em gestação.
Foram brasileiros e italianos que tijolo a tijolo
ergueram uma fortaleza, não de guerra, mas de Paz.
Uma ação multinacional, mas não vendo o lucro sair do
sangue de um povo. Uma ação multinacional construída e sedimentada no amor e na
solidariedade.
Hoje são 13 EFAs, 11 creches, um hospital, um Centro
de Formação de Montores e uma idéia que se alastra pelo Brasil afora.
São homens e mulheres que lutaram e ainda lutam para
levar ao homem do campo um tratamento mais justo.
É uma obra feita com pessoas como Taques, Giusti, Lulu
Boldrini, Jocelina Nogueira e tantos outros, que a fatalidade da vida levou do
nosso convívio. Esta é a gente do Mepes.
São pessoas como Verino Sossai e Valdízio Barbosa dos
Santos, que ergueram EFAs, mas que por força da ganância do latifúndio, foram
apiadas da caminhada da vida. Esta é a gente do Mepes.
Hoje o Mepes é uma brilhante realidade.
Hoje é fácil falar sobre o Mepes. Hoje é fácil elogiar
este trabalho comunitário. Hoje é fácil escrever teses sobre a caminhada do
Mepes. Hoje é fácil e muito simples aplaudir o Mepes.
Mas ontem foi pesado o fardo de fazer funcionar a
escola diferente.
Teve época que era perigoso falar em libertação pela
educação.
Teve época de fogo cerrado, de provocações e de lutas.
Se mergulharmos na história da vida do Mepes, vamos
encontrar em cada comunidade, em cada atividade e em cada EFA exemplos de dedicação
e determinação diante do próximo e da coletividade.
Podemos pinçar neste universo o nome de muitos, mas
hoje queremos fazer um destaque para uma pessoa que sempre esteve engajada no
Mepes, antes mesmo do seu nascimento.
Hoje queremos homenagear uma família que tem nestes
anos lutado e dividido o seu pão com o Mepes. Isto mesmo, dividindo o seu pão e
a sua mesa.
Gente lutadora. Gente simples. Gente de personalidade.
Gente de fibra, gente que unida dá mostras do quanto
se é possível construir; quando se tem fé, competência, coragem e esperança.
Registramos o amor da família do pequeno proprietário
e grande produtor João Martins e Dona Cici.
É gente assim que encontramos no Mepes.
Tudo o que disse, eu vi e vivi, ninguém me contou.
Por isto é que hoje confundimos a vida e a casa deles
com a vida e a casa do Mepes. Gente e exemplo como o de João Martins e Dona
Cici é fato normal na trajetória do Mepes.
Por isto é que o Mepes prossegue e é um renovar de:
encontrar-se para conhecer-se, conhecer-se para caminhar juntos, caminhar
juntos para crescer, crescer para amar mais.
Assim é quem pensa e ama esta grande obra que é o
Mepes e o seu idealizador, o padre Humberto.
Por tudo isto:
VINTE E DOIS ANOS SÃO PASSADOS E MUITAS MÃOS
CONSTRUÍRAM O MAIS AUTÊNTICO MOVIMENTO EDUCACIONAL DO ESPÍRITO SANTO.
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