segunda-feira, 14 de maio de 2012

DESGRAÇA DE HOJE, NOSSA OMISSÃO ONTEM.


Quando veja as notícias mostrando os alagamentos, os barrancos caindo sobre as casas, o lixo nos valões, onde antes era um pequeno riacho, fico imaginando a irresponsabilidade de todos nós.
A realidade é muito ruim. Os primeiros que sofrem são os que moram na periferia, aqueles que estão no final da fila social, mais próximos da linha miséria. O estardalhaço do noticiário vai até uma mulher chorar pela perda de tudo (quase nada) que conseguiu acumular. Depois outras desgraças vão ocupar o espaço.
Mas temo de lembrar que os problemas urbanos do Espírito Santo são decorrentes de políticas que fantasiavam a cidade como o paraíso. O êxodo para as cidades continua. Mas a realidade do interior, dura e sofrida para quem não tem um pedaço de terra ou um emprego fixo, faz o indivíduo enxergar na cidade o paraíso.
Vamos nos apiedar um pouco, até uns minutos depois de assistirmos o noticiário ou ler uma página de jornal. Depois, tudo volta ao normal. Os anúncios de novas empresas na cidade, a promessa de milhares de empregos, fazem o fluxo migratório aumentar. Os que possuem escolaridade podem até sonhar, mas milhares e milhares certamente correm o risco de serem notícia do jornal e na TV.
A desgraça de hoje é fruto de ações de anos e anos de inconseqüência política de todos nós. O problema que agora o aglomerado urbano é maior do que era na década de 70. Agora a desgraça por via de conseqüência afeta a todos.
Quando erradicaram os cafezais e milhares de capixaba deixaram o campo, indo para Rondônia ou para os aglomerados urbanos, criaram o sistema de incentivos fiscais via importação. As pessoas que serviram de escudo para a criação do Fundap, foram embora.
É preciso estabelecer novas regras na sociedade, mas com todos participando. É preciso esquecer os erros, desde que os novos passos sejam dados em conjunto, por todos. DESGRAÇA DE HOJE, NOSSA OMISSÃO ONTEM.

Nenhum comentário:

Postar um comentário