quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Cafeicultores mineiros estão preocupados com vetos de Dilma



Código Florestal. Situação de muitos produtores mineiros é de desinformação e insegurança quanto às novas regras


Os vetos da presidente Dilma Rousseff ao texto do novo Código Florestal geraram preocupação aos cafeicultores do sul de Minas Gerais. As lideranças do setor já esperavam o desdobramento, mas grande parte dos produtores se encontra em uma situação de desinformação e de insegurança jurídica.

O agronegócio é o motor da economia na maioria dos municípios da região, que responde por 25% da produção de café do país.

– Nós esperávamos por isso. Já era anunciado que Dilma faria os vetos, até porque nós sabemos seu tipo de personalidade. Mas, infelizmente, isso precisa ficar mais claro. Acho que há necessidade de uma linguagem mais fácil entre a produção e a mídia, também  para o povo saber que o que realmente faz girar o Brasil é o agronegócio – opinou Antônio Carlos Martins, diretor da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé). 

No entanto, a maioria dos produtores não consegue se manter atualizado sobre o novo Código Florestal e entender suas consequências. O cafeicultor Ademar Pereira acompanhou os trâmites no início, com a primeira vitória dos deputados que defendiam benefícios aos ruralistas. 

– Nós, que vivemos em uma região montanhosa, pensávamos que fosse um privilégio estarmos cercados de água e de muita riqueza natural. Mas, com relação à produção de café, o Código Florestal nos preocupou. A gente achou que fez uma primeira vitória, que fosse passar fácil. Não temos muito acesso a esse tipo de informação, não sabemos o que acontece nesse trâmite da política e quais são os interesses. 

Já o cafeicultor Joaquim Goulart de Andrade está brigando na Justiça para regularizar sua propriedade. Ele está desanimado com a falta de consenso sobre o Código.

– Existe uma grande insegurança com relação ao Código Florestal. Eu, particularmente, estou com problema, tenho algumas ações judiciais. A situação é prejudicial porque estamos em uma sinuca, uma hora é uma coisa, no outro dia é outra totalmente diferente, não existe consenso. 

O cafeicultor Antonio Batista Filho, que tem apenas 10 hectares de área, sendo oito de plantação de café em um terreno acidentado, acredita que o problema seja o custo que a preservação ambiental irá gerar para os produtores.

– O que está me preocupando é que um pequeno produtor como eu não tem condições para cercar áreas de APP e de Reserva Legal. Um quilômetro de cerca fica em torno de R$ 8 mil. Não tenho condições financeiras para isso – concluiu.

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