domingo, 28 de outubro de 2012

O tempo e o trabalhador


Começo este texto com a seguinte pergunta: alguém já percebeu que, de qualquer forma, estamos sempre atrasados?

Fernando Colhado

Por mais que se pense de forma a acreditar que somos livres na sociedadecapitalista que defende a liberdade individual do cidadão e suas liberdades de escolha, ainda sim, mesmo com discursos da esquerda que exploram com muita enfâse as relações empresa-trabalhador, pouco se percebe em discursos, independente da visão política,  sobre um outro fator, o controle do tempo sobre nossas vidas!
O relógio como invenção necessária para medir todas as ações humanas, em especial o trabalho, tem o aspecto primordial de controlar nosso trabalho, o que nos remete ao que foi definido por Karl Marx como mais-valia,tanto a relativa, que se trata de aumentar a produtividade sem alterações no tempo de trabalho e com controle intenso da produção do operário,  como a absoluta, que se trata de trabalhar em um tempo maior, sem as devidas alterações reais de salários.
Iimportante dizer também que a questão do tempo é vista rapidamente no filme “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin, o tempo portanto, é,ao contrário do que se imagina, o mecanismo que nos faz entrar na onda de stress diário, e não as relações humanas em si, já que temos diariamente a árdua tarefa de irao trabalho e executar o que é previamente definido, sem qualquer discussão de quem executa, o que me faz lembrar o pai da administração,Frederick W Taylor, no início do séc XX, quando diz: ” Vocês são pagos para executar, não para pensar!”, mas nem sempre se consegue cumprir horários, devido aos acontecimentos criados e que aumentam consideravelmente com os anos,por exemplo,o trânsito na vias das grandes metrópoles!
Por fim, a relação tempo-Homem, na verdade, não é um fator natural que foi aceito e permaneceu como o vemos hoje, somos sim escravos do tempo, e criticar apenas aos critérios de exploração capitalista, sem passar no conceito de mais-valia, é de fato um equívoco que dificultará qualquer estratégia de mudança nas relações políticas-econômicas-sociais, pois, além da exploração do trabalho já estudada por diversso autores, o controle do tempo somado aos artíficios de lucratividade e do consumo desenfreado, reforça a ideia do trabalho como um período de maior consumo de tempo na vida humana, já que se trabalha para consumir e não consumir para viver!
Acredito que apenas a construção de uma nova sociedade irá englobar mudanças reais, positivas e extremamente necessárias para a libertação humana dos mecanismos humanos!

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