sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O trabalho na crise econômica no Brasil: primeiros sinais


O trabalho oferece uma avaliação sintética do comportamento do mercado de trabalho e da pobreza no período atual ante a contaminação do Brasil pela crise internacional.

Marcio Pochmann
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NESTE ARTIGO, busca-se identificar e analisar os principais efeitos mais imediatos para o mundo do trabalho que decorrem da contaminação da economia brasileira pela crise internacional desde outubro de 2008. Para isso, o estudo encontra-se dividido em duas partes, sendo a primeira referente à inflexão na trajetória de expansão socioeconômica nacional imposta pela crise internacional e seus principais impactos para o mercado de trabalho no país; a segunda parte analisa o comportamento recente da pobreza no Brasil, especialmente a partir dos meses em que o país ingressou na recessão econômica. As considerações finais procuram resgatar os principais resultados do estudo.
Inflexão no ciclo econômico recente e impactos laborais no Brasil
A contaminação do Brasil pela crise internacional a partir do mês de outubro de 2008 fez que o Produto Interno Bruto (PIB) acumulasse queda de mais de 4% entre o último trimestre do ano passado e o primeiro semestre de 2009. O setor industrial, com redução de 11,6% nesse mesmo período de tempo, foi o principal responsável pela inflexão na evolução do PIB, uma vez que o setor agropecuário registrou leve expansão de 0,6% e o setor terciário cresceu 4,2%.
Apesar dos importantes sinais da recessão industrial instalada na economia brasileira, há situações distintas entre os setores de atividade, com dimensões diferenciadas no total da produção e da ocupação nacional. Enquanto a queda da produção atingiu fundamentalmente o setor industrial, que representa quase 31% da produção e 22% da ocupação do país, o setor de serviços, que responde por mais de dois terços da produção e quase 60% da ocupação nacional, apresenta importante expansão.

De todo o modo, o ciclo de expansão produtivo mais duradouro nos investimentos desde o milagre econômico da década de 1970 no Brasil terminou sofrendo importante inflexão com a crise econômica internacional. Em virtude disso, o mercado de trabalho passou a acusar três importantes consequências: desemprego, ocupação precária e rotatividade, conforme tratado a seguir.

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