segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Cafés argentinos misturam o sabor da bebida com a história da capital




Jornal Hoje
Os cafés de Buenos Aires já foram o lugar favorito de intelectuais e artistas. Alguns deles ficaram tão famosos que se tornaram atrações turísticas.

A história de Buenos Aires se confunde com a história de seus cafés. Um deles viu chegar a primeira ferrovia do país, construída por britânicos. O nome “Bar Britânico” foi uma homenagem a eles. Na guerra das Malvinas, se disfarçou de "Tânico”, ficou decadente e foi fechado, mas sobreviveu. Há pouco tempo, foi cenário de "Diários de Motocicleta". No local começou a viagem de Che Guevara pela América do Sul. O dono do café frequentou o lugar na juventude e decidiu cuidar da relíquia. Os móveis e a arquitetura são os mesmos dos anos 20. O “36 Bilhares” reflete outro capítulo do século XIX, da febre dos jogos de bilhar. O local guarda um "que" de espanhol. Era o cantinho preferido do escritor Garcia Lorca. O cenário está intacto, inclusive o subsolo, refúgio dos fanáticos pelo jogo.Há quem visite o local por razões mais nobres, como um café. É como se a bebida mágica transformasse o ambiente, de acordo com o freguês. Desde o colonial, o revolucionário, o literário, o poeta, o político...
Em seus mais de 150 anos, o café “Tortoni” viu passar imortais, como o escritor Jorge Luis Borges, a poetisa Alfonsina Storni e Carlos Gardel. A mesa onde eles se reuniam está lá.
Vitrais franceses, carvalho e mármore emolduram a história do café mais antigo da cidade. Era um pedacinho de Paris, que deixou marcas profundas na cultura portenha.
Buenos Aires segue sendo movida a café. Pela internet de graça, pela graça de ver a vida passar, de passar o tempo e de um tempo passado que está sempre presente.

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